O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta quinta-feira (8) sua intenção de dialogar nos próximos dias com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) , para alinhar a relação entre o parlamento e o governo.
Lula ressaltou que esse ajuste não implicará em uma nova reforma ministerial nem em um aumento de cargos, mas sim na execução do que está estipulado. Lira tem expressado publicamente suas demandas ao governo e interrompeu as relações com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
“Agora, o que eu acho que o Lira pode ter razão: é se o governo fez acordo, dentro do Congresso Nacional ou através do ministro das Relações Institucionais ou através do ministro da Fazenda, fez algum acordo, a gente tem que cumprir. Porque quando você não cumpre o acordo feito, o resultado é que vai ficar mais caro”, afirmou em entrevista à rádio Itatiaia.
Lula pede paciência
O presidente Lula virou uma espécie de bombeiro desde a tarde de segunda-feira (7). Ele está tentando conter os ânimos de seus mais fiéis parlamentares para impedir uma crise institucional envolvendo o governo e o Poder Legislativo, após o forte discurso de Arthur Lira (PP-AL), com críticas contundentes, durante o retorno dos trabalhos à Câmara.
Logos após o presidente da Câmara mandar inúmeras indiretas e até acusar a atual gestão de inércia, nas redes sociais a reação foi imediata. Influenciadores e blogs ligados ao PT iniciaram uma onda de críticas contra Lira, inclusive ligando-o ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ).
Parlamentares ligados ao PT também criticaram o discurso, principalmente em troca de mensagens com membros do governo.
O portal iG apurou que, poucos minutos após Lira tecer críticas, alguns deputados do PT e da base aliada discutiam uma forma de repudiar e desmentir tudo o que foi dito. Um parlamentar muito próximo de Lula entrou em contato com o presidente, que precisou articular para evitar que o problema aumentasse.
Para Lula, a posição de Lira é apenas um meio do presidente da Câmara se posicionar para não receber pressão da oposição, que ajudou a elegê-lo. O presidente lembrou que sempre teve ótima relação com o parlamentar e que não via sentido entrar num conflito direto entre os poderes, já que frisou ao final de 2023 que foi um ano de harmonia.