O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reunirá às 11h desta quinta-feira (11) com o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, na presença do ministro da Justiça, Flávio Dino. Após o encontro, a expectativa é que Lula anuncie Lewandowski como o novo titular da pasta. O convite foi aceito pelo ministro aposentado durante uma reunião realizada na quarta-feira (10).
Ontem, Lula iniciou as discussões sobre a sucessão na pasta, recebendo Dino e Lewandowski no Alvorada. A reunião, que durou mais de três horas, teve como objetivo abordar os detalhes dessa transição.
Desde a indicação de Dino para a vaga de Rosa Weber no STF, feita por Lula no fim de novembro, Lewandowski se tornou o favorito para ocupar o Ministério da Justiça. As discussões sobre o Ministério da Justiça entre os dois já vinham ocorrendo desde o final do ano passado, quando Lewandowski fez parte da comitiva do governo na COP28 nos Emirados Árabes Unidos.
Lewandowski, com 75 anos, ocupou o cargo de ministro do Supremo de 2006 a 2023, nomeado por Lula. Durante seu período no STF, manteve uma proximidade considerável com o líder petista, sendo considerado o mais leal dos ministros.
Após a aposentadoria em abril do ano passado, Lewandowski continuou ativo, atuando como conselheiro jurídico da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Nomeado por Lula, assumiu este ano a presidência do Tribunal Permanente de Revisão (TPR) do Mercosul, responsável por garantir o cumprimento das normas do bloco.
A chegada de Lewandowski deverá aletrar as posições de nomes do PSB no Ministério da Justiça, já que o novo ministro pretende indicar nomes de sua confiança para a secretaria-executiva e a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). Atualmente, o PSB ocupa quatro postos no ministério: secretaria-executiva, Senasp, Secretaria Nacional de Justiça e Secretaria Nacional de Assuntos Legislativos.
Está será a segunda vez que trocas no primeiro escalão afetam a legenda. Na última reforma ministerial, em setembro, o PSB foi afetado com um orçamento menor. A legenda foi a principal aliada do PT na campanha presidencial de 2022.
O PSB indicou Ricardo Cappelli para assumir o posto de Flavio Dino e considera um "abandono" do governo deixá-lo sem posição dentro da pasta. No entanto, Cappelli já afirmou aos interlocutores que não tem interesse em assumir a Secretaria de Segurança Pública, considerando isso um rebaixamento de sua posição atual.
Embora Lewandowski busque autonomia para montar sua equipe, algumas mudanças podem ser evitadas a pedido de Lula. O secretário de Defesa do Consumidor, Wadih Damous, filiado ao PT, e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos, devem permanecer em seus cargos devido à confiança depositada por Lula.