A família de Raphael Torres, um dos passageiros que estava no helicóptero desaparecido no litoral norte de São Paulo desde o dia 31 de dezembro , começou as buscas pela aeronave por conta própria.
"A família está bem apreensiva e na expectativa de conseguir boas notícias. Então estamos nessa busca junto com a polícia", diz o cunhado da Raphael, Douglas Ferreira.
O último contato da família com Raphael foi às 14h25 daquele dia, quando ele mandou mensagem para o filho avisando que tentaria ir para Ubatuba.
“Filho, eu vi que você leu minha mensagem agora. Acho que vou para Ubatuba porque Ilhabela está ruim, meu. Não consigo chegar”, disse Torres em mensagem.
A aeronave Robinson R44 decolou do Campo de Marte, na região norte da capital paulista, às 13h15 do domingo do dia 31 de dezembro, com destino à Ilhabela. A partir das 15h10, não houve mais contato.
No helicóptero estavam o piloto Cassiano Tete Teodoro, Luciana Rodzewics, a filha dela, Letícia Ayumi Rodzewics Sakamoto e Raphael Torres, que convidou mãe e filha para um passeio bate-volta.
Segundo informações dadas pela passageira Letícia antes do desaparecimento, eles precisaram realizar um pouso de emergência na mata . O local foi descoberto pela Polícia Civil. A área fica em Paraibuna (SP), ao lado de uma represa. Contudo, nenhum vestígio da aeronave ou das quatro pessoas foram encontrados.
A família e voluntários concentram as buscas pelo helicóptero em Paraibuna.
“Estamos girando com o drone para ver de que forma a gente soma nessa busca. Tentando não atrapalhar a polícia, indo no contraponto que eles estão. Cada um de um lado tentando ajudar. Vamos conseguir notícias em breve, estamos na expectativa”, afirmam os parentes de Raphael.
Operação de buscas
Eles estão sendo procurados em seis cidades: Paraibuna, Caraguatatuba, Salesópolis, Natividade da Serra, Redenção da Serra e São Luiz do Paraitinga.
As buscas são realizadas pelo Esquadrão Pelicano da FAB, que utiliza o avião SC-105 Amazonas com 15 tripulantes. A aeronave é equipada com um radar que possui alcance de até 360 quilômetros.
No último sábado (6), a Força Aérea incluiu também o helicóptero H-60 Black Hawk, do Quinto Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (5º/8º GAV) - Esquadrão Pantera, com nove tripulantes nas buscas pela aeronave desaparecida.
No domingo (7), um helicóptero Águia auxiliou nas buscas. Eles concentraram a procura na região de Caraguatatuba, São Luiz do Paraitinga e Lagoinha.
Dificuldades
O major Joscilênio Fernandes, da PM paulista, afirmou à CNN que a operação é “como procurar uma agulha no palheiro”.
Fernandes diz que a maior dificuldade na operação está nas condições climáticas, que já é difícil por ser uma região montanhosa.
“O helicóptero é cinza, e se ele tiver debaixo das árvores, uma vegetação espessa, fica muito mais difícil o trabalho visual, por mais que a gente seja treinado para isso e estejamos voando baixo”, diz o major.
Já foram mais 56 horas de buscas nesta primeira semana, segundo a FAB. A área total a ser investigada é de cinco mil quilômetros quadrados.