O solo da mina de sal-gema da Braskem, localizada na região do antigo campo do CSA, no bairro Mutange, em Maceió, apresenta sinais alarmantes de deslocamento, com um total de 1,61 metros desde o início do monitoramento, de acordo com informações divulgadas pela Defesa Civil neste sábado (2).
O deslocamento do solo é um desdobramento de práticas inadequadas de mineração, o que levou a consequências devastadoras para o meio ambiente e a comunidade circunvizinha.
Com a Defesa Civil em estado de alerta máximo, o risco iminente de colapso da mina está gerando apreensão nas autoridades locais. A velocidade do deslocamento de terra se mantém constante, registrando 0,7 cm/h, indicando a persistência da ameaça.
Considerando que aproximadamente 60% da extensão da mina se encontra na Lagoa Mundaú, especialistas da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) coletaram amostras de água para avaliar o possível impacto do afundamento na qualidade do ecossistema aquático.
As lagoas Mundaú e Manguaba compõem o Complexo Estuarino Lagunar Mundaú-Manguaba (CELMM), sendo uma área vital para a biodiversidade local.
A suspensão temporária da pesca na região destaca a seriedade da situação. A atividade pesqueira, principal fonte de subsistência para as comunidades locais, foi interrompida devido aos riscos ambientais associados ao deslocamento do solo e ao possível comprometimento da qualidade da água.
Pesquisadores coletaram amostras da água da região afetada para análises detalhadas no Laboratório da Ufal.
A expectativa é que os resultados forneçam insights sobre possíveis alterações causadas pelo afundamento. O laudo conclusivo está programado para ser divulgado em até duas semanas.
Nas últimas 24 horas, o deslocamento do solo foi de 11,8 cm, conforme comparado com o início da noite de sexta (1º).
Essa evolução constante do afundamento destaca a urgência de medidas para mitigar os impactos ambientais e proteger as comunidades afetadas.