A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro criticou neste sábado (18) o ministro da Justiça, Flávio Dino, por ter permitido a entrada de Luciane Barbosa Freitas, mais conhecida como a "dama do tráfico amazonense", em reuniões da pasta. Ela é esposa de Clemilson dos Santos Farias, líder do Comando Vermelho , conhecido como "Tio Patinhas".
Dino não esteve nas reuniões e eventos que Luciene participou, mas ela foi recebida pelo seu 'número dois', Elias Vaz.
"Esses dias a dama do tráfico estava lá em Brasília, por quê? Como um ministro consegue entrar numa favela sem segurança? Quando o atual presidente ganhou, quem comemorou? O crime organizado", disse Michelle Bolsonaro durante evento do PL Mulher em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul.
O episódio citado por Michelle se deu em março deste ano, quando o ministro foi cumprir agenda na favela da Maré, no Rio de Janeiro, para lançamento de um boletim sobre violência, onde encontrou diversas lideranças locais.
A esposa de Jair Bolsonaro (PL) seguiu com as insinuações contra o ministro.
"Será que é por isso que seu ministro consegue entrar numa favela sem segurança? Será que é por isso que hoje abre as portas do ministério para receber a dama do tráfico? Porque ele não recebe as mamães atípicas que estão esperando atendimento", afirmou.
No evento do PL Mulher, Michelle também teceu críticas ao governo Lula:
"É um governo que prega o socialismo, mas ama o que o capitalismo pode oferecer. É um desgoverno que só pensa em si mesmo, que na época da campanha política tem os discursos mais lindos, mas, na prática, esquece o povo."
Dino, por outro lado, nega que tenha encontrado a "dama do tráfico" e disse que as acusações de ligação com crime organizado são "absurdas".
"Tais audiências — que teriam ocorrido no Ministério dos Direitos Humanos segundo a declarante — JAMAIS OCORRERAM. Qual vai ser o próximo absurdo ? Vejam: a declarante diz que me viu, mas que nunca conversou. Qual terá sido o crime que cometi? Peço ajuda aos colegas juristas", publicou Dino no Twitter.
Luciane também negou ter encontrado com o ministro:
"Pessoas estão usando minha cabeça como Cristo para atacar o atual governo e o ministro. Flávio Dino nunca me recebeu. Cheguei a vê-lo, sim, em algumas audiências lá no Ministério dos Direitos Humanos, mas nunca cheguei a conversar com ele pessoalmente", afirmou, em coletiva.