O ex-presidente tenta emplacar a narrativa de que teria influenciado diretamente a negociação pela libertação de brasileiros na Faixa de Gaza
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O ex-presidente tenta emplacar a narrativa de que teria influenciado diretamente a negociação pela libertação de brasileiros na Faixa de Gaza


Em entrevista à emissora de televisão CNN, o ex-presidente Jair Bolsonaro (que está inelegível), disse que falou com Yossi Shelley, um dos assessores do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, pedindo apoio para a liberação da saída de brasileiros que seguem na Faixa de Gaza em meio à guerra travada por Israel contra o grupo radical Hamas, causando mais de 11 mil mortes na Palestina. 

Quando a saída dos brasileiros foi autorizada , aliados de Bolsonaro começaram a vender uma narrativa de que o ex-presidente teria exercido alguma influência no processo de aprovação da saída do grupo que já tinha ficado de fora de diversas listas de autorização para saída do território palestino pela passagem de Rafah, que leva ao Egito.

Até o momento, apesar da autorização, o grupo de brasileiros ainda não conseguiu deixar o terrítório em guerra, porque a passagem na fronteira com o Egito foi fechada novamente .

A versão dos bolsonaristas também tenta se valer de um encontro de parlamentares com o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshire, para falar sobre o Hamas com Congressistas. 

De acordo com a Embaixada de Israel no Brasil, Bolsonaro compareceu ao encontro sem ter sido convidado ao declarar por meio de nota que  “a presença do ex-presidente não foi coordenada pela Embaixada de Israel”. A declaração foi feita depois que partidos da base do governo cobraram a expulsão do embaixador devido ao encontro com Bolsonaro.


"Fatos concretos de contatos oficiais, de governo para governo"

Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores do Brasil, disse que não se comunica com o embaixador de Israel no Brasil, e sim com o chefe dele
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Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores do Brasil, disse que não se comunica com o embaixador de Israel no Brasil, e sim com o chefe dele


A narrativa bolsonarista é contestada por aliados e membros do governo Lula, que coordenou as negociações com o Egito, Estados Unidos, Quatar e Israel, além do Hamas, para permitir a saída de estrangeiros e de feridos da Faixa de Gaza. 

Em entrevista à rede de televisão Globo News, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que as afirmações sobre uma suposta influência de Bolsonaro nas negociações com base no encontro com Zonshire “não passa de conjectura”.

“Eu não falo com o embaixador de Israel aqui, eu falo com o chefe dele, que é o ministro das Relações Exteriores”, com quem está conversando, e que “deu garantias que o governo de Israel que os brasileiros estariam na próxima lista”.   

Vieira disse ainda que só pode se referir a “fatos concretos de contatos oficiais, de governo a governo”, que ele tem mantido com o governo israelita a pedido do presidente Lula para viabilizar a saída dos brasileiros o mais rapidamente possível.



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