Lula
Ricardo Stuckert/Palácio do Planalto
Lula

O presidente  Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quarta-feira (25) que o conflito entre Israel e o grupo armado palestino "não é uma guerra, é um genocídio", em referência às crianças mortas na Faixa de Gaza

Subiu para 6.546 o número de mortos no enclave, segundo dados divulgados nesta quarta pelo Ministério da Saúde local. De acordo com o boletim, pelo menos 2.704 são menores de idade.

"É muito grave o que está acontecendo do Oriente Médio, não se trata de discutir quem está certo e errado, quem deu o primeiro tiro, quem deu o segundo, o problema é que não é uma guerra, é um genocídio que já matou quase 2 mil crianças que não tem nada a ver com essa guerra", afirmou Lula durante evento no Palácio do Planalto.

Ele condenou o ataque do Hamas, que chamou de "terrorista", mas também ressaltou que a invasão não justifica "Israel matar milhões de inocentes". 

Na terça (24), Lula já havia criticado a contra-ofensiva israelense durante a live "conversa com o presidente": "Não é porque o Hamas cometeu um ato terrorista contra Israel, que Israel tem que matar milhões de inocentes. Não é possível que as pessoas não tenham sensibilidade".

Lula também afirmou no evento de hoje que conversará nesta tarde com o Emir do Catar para tratar da retirada de brasileiros da Faixa de Gaza.

"Eu tenho um telefonema com o emir do Catar para tentar ver se encontro alguém capaz de conversar com alguém para ver se a gente consegue liberar, primeiro os brasileiros que estão retidos na Faixa de Gaza a poucos quilômetros da fronteira com o Egito, que estão querendo voltar para o Brasil e que até agora não foi permitido a eles o direito de voltar."

Ao todo, 26 brasileiros aguardam a repatriação da Faixa de Gaza. Este número era maior, mas 2 brasileiros desistiram de voltar e ficarão no Oriente Médio. Do lado israelense, 1.137 brasileiros puderam voltar ao país em segurança. 

Veja onde eles se encontram:


Crianças em Gaza

Metade da população de Gaza tem até 18 anos, o que eleva o número de vítimas fatais nessa faixa etária. 

A UNRWA (Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina) anunciou que 600 mil pessoas se refugiaram em cerca de 150 instalações da ONU em toda a faixa de Gaza desde o início do conflito.

A UNICEF, também um braço da ONU, manifestou profunda preocupação com o número alarmante de crianças mortas em Gaza.

“A situação na Faixa de Gaza é uma mancha crescente na nossa consciência colectiva. A taxa de mortes e ferimentos de crianças é simplesmente impressionante”, disse Adele Khodr, diretora regional para o Médio Oriente e Norte de África.

“Ainda mais assustador é o facto de que, a menos que as tensões sejam aliviadas, e a menos que a ajuda humanitária seja permitida, o número diário de mortes continuará a aumentar.”


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