O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (24) que o "ato terrorista" cometido pelo Hamas contra Israel no dia 7 de outubro
não dá ao país o direito de "matar milhões de inocentes". A fala foi feita em seu programa semanal "Conversa com o Presidente".
"Não é porque o Hamas cometeu um ato terrorista contra Israel, que Israel tem que matar milhões de inocentes. Não é possível que as pessoas não tenham sensibilidade", disse Lula.
O presidente disse, ainda, que o Brasil fez "o que era possível fazer" a respeito da guerra entre Israel e Hamas, que era propor negociações internacionais. Segundo Lula, o principal foco é garantir que não morram mais crianças. Deste o início da guerra, mais de 5 mil pessoas morreram na Faixa de Gaza, sendo mais de 2 mil crianças. "Não tem exemplo na humanidade de guerra em que quem morre mais é criança", disse.
"Eu falei com presidentes de vários países. Eu estou falando com todo o mundo para que a gente consiga três coisas: garantir um corredor humanitário para que as pessoas possam receber água, comida; garantir que não falte energia elétrica nos hospitais para que as pessoas possam ser tratadas; e garantir que não se mate mais crianças", afirmou Lula, acrescentando que também negocia para a liberação dos brasileiros que estão na Faixa de Gaza.
"Não é com guerra que a gente resolve o problema. Em uma mesa de negociação, não morre ninguém, custa mais barato e a gente pode encontrar solução. É preciso que a gente consiga que, lá no Oriente Médio, Israel fique com o território que é seu, que está demarcado pela ONU, e os palestinos tenham direito de ter a sua terra. É simples assim, e não precisa ninguém ficar invadindo a terra de ninguém. Todo dia a gente vê que colonos de Israel invadem a terra dos palestinos, e a ONU não faz nada porque a ONU está enfraquecida", continuou o presidente.
"Se a ONU tivesse força, a ONU poderia ter uma interferência maior. Os Estados Unidos poderiam ter uma interferência maior, mas as pessoas não querem, as pessoas querem guerra, querem estimular o ódio", disse Lula.