O Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) apagou uma nota que havia divulgado em seu site oficial na qual defendia "a luta do povo palestino" em meio à guerra entre Hamas e Israel.
Ao portal iG, o MST explicou que excluiu o texto porque ele foi retirado de contexto, gerando a disseminação de "fake news" que colocavam o movimento como apoiador do Hamas, o que não foi expresso na nota.
Apesar da exclusão da publicação, o MST mantém seu posicionamento a favor da luta palestina. O movimento é um dos organizadores de um ato que acontecerá na tarde desta quarta-feira (11), em São Paulo, em solidariedade ao povo palestino.
"Nos mobilizamos por uma Paz justa: igualdade, liberdade e justiça andam juntas. O apartheid de Israel precisa ter fim, com a garantia da autodeterminação e todos os direitos dos palestinos e palestinas, entre eles o direito ao retorno, a desocupação dos territórios palestinos tomados em 1967 e a cidadania daqueles palestinos que vivem em territórios denominados Israel", indica a convocação ao ato.
Nas redes sociais, o MST também segue defendendo a causa palestina com publicações sobre o tema. "Impedir a entrada de água e alimentos na Faixa de Gaza é considerado crime de guerra pela ONU", diz uma das publicações, se opondo ao cerco de Israel na região. Nesta quarta-feira (11), Gaza está sem energia elétrica por conta do bloqueio israelense.
Nota do MST sobre a Palestina
A nota deletada pelo MST tinha sido publicada no site oficial do movimento na última segunda-feira (9), dois dias após o início dos conflitos entre Israel e o Hamas.
Embora o texto não citasse nominalmente o grupo armado palestino Hamas , responsável pelo ataque surpresa a Israel no último sábado (7), ele afirmava que a "Resistência Palestina, desde Gaza, reagiu, de maneira legítima, às agressões e à política de extermínio que Israel implementa na região há mais de 75 anos".
Na nota, o MST ainda reiterava "apoio total e irrestrito à luta do povo palestino pela sua autodeterminação e contra a política de apartheid implementada por Israel".
Quando deflagrou o ataque contra Israel no sábado, o Hamas disse que se tratava de uma resposta à "agressão sionista", e que esse seria o início de uma grande operação para retomar território. Palestinos e israelenses vivem em tensão há décadas por conflitos envolvendo o território.
Leia a nota na íntegra:
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Brasil mais uma vez reitera nosso apoio total e irrestrito à luta do povo Palestino pela sua autodeterminação e contra a política de apartheid implementada por Israel.
A Resistência Palestina, desde Gaza, reagiu, de maneira legítima, às agressões e à política de extermínio que Israel implementa na região há mais de 75 anos.
Gaza foi transformada pelo governo sionista de Israel em uma prisão a céu aberto! Um campo de concentração isolado do resto do mundo, permanentemente atacado e bombardeado pelo exército de Israel.
Um território de 365 km2 onde vivem mais de 2 milhões de palestinas e palestinos que foram expulsos de suas casas e suas terras pelo exército e por colonos de Israel. Um dos territórios mais densamente povoados do mundo, em que as pessoas não tem a liberdade de ir e vir; são privados de comida, água, medicamentos, energia, assistência médica, entre outros direitos.
À brava Resistência Palestina em Gaza: seguiremos apoiando e defendendo o direito legitimo dos povos a reagir contra a opressão!
Ao povo de Gaza: vocês são um exemplo de resiliência para todos e todas que lutam por um mundo mais justo, onde os povos tenham o direto de definir seus próprios destinos, sem intervenções e colonizações.
Ao povo Palestino em qualquer lugar do mundo: vocês têm no Movimento Sem Terra irmãos e camaradas de luta! Não descansaremos enquanto não conquistarmos uma Palestina livre, com capital em Jerusalém e com o legitimo direito ao retorno de todos os refugiados expulsos de suas casas, terras e aldeias!
Seguiremos de mãos dadas com o povo Palestino, rompendo todas as cercas e muros que nos privam de viver e amar!