Senador Sergio Moro (União-PR)
Roque de Sá/Agência Senado
Senador Sergio Moro (União-PR)


O senador e ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) se pronunciou sobre a abertura de uma investigação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) destinada a apurar as condutas dele e dos demais magistrados que atuaram na operação Lava Jato no estado do Paraná.

Moro questionou a competência do CNJ para investigar a conduta de um senador, reafirmando que já abandonou a função de juiz. 

“Não sou mais juiz, tem que dizer isso. Deixei a toga que carreguei com muito orgulho, senador Girão, e tenho orgulho do que fiz na operação Lava Jato”, disse o ex-ministro da Justiça de Bolsonaro.


Sergio Moro também classificou a situação como surreal e desdenhou do objeto da investigação enquanto destacava seus feitos como juiz da Lava Jato. 

“Graças ao meu trabalho na Operação Lava Jato, nós devolvemos mais de R$ 2 bilhões à Petrobrás. Deve ser um fato inédito no mundo um juiz ser investigado porque cumpriu a sua missão e devolveu o dinheiro, que tirou dos bandidos e devolveu à vítima”, disse o senador.

Moro afirmou ainda que a investigação da corregedoria do CNJ reforça a sua afirmação de que “este é um governo de revanche”. 

“Uma revanche a gente até vê quando ela começa, mas a gente nunca sabe como ela termina. É nosso papel colocar um freio nesse tipo de atitude e nesse governo movido a rancor”, disse Moro.

Investigação

A decisão do CNJ foi determinada pelo corregedor nacional de Justiça, Luis Felipe Salomão, após uma auditoria realizada identificar diversas irregularidades na 13ª Vara da Justiça Federal do Paraná e no Tribunal Regional Federal da Quarta Região, ambos responsáveis pela condução dos processos da Lava Jato.

O objetivo da investigação é determinar se os magistrados do Paraná envolvidos na Lava Jato violaram ou não seus deveres funcionais, com ênfase nas condutas do ex-juiz Sergio Moro, e da juíza Gabriela Hardt .

O relatório da auditoria menciona falta de transparência, de imparcialidade e de prudência por parte dos magistrados, destacando uma gestão supostamente “caótica" dos valores de acordos de leniência e delação premiada relacionados à operação.

Um objetivo importante é averiguar se houve autorização para o repasse de R$2 bilhões dos acordos da Lava Jato à Petrobras, sem critérios objetivos, e se Moro utilizou seu cargo de juiz para fins políticos.

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