O ministro do STF, André Mendonça, teria iniciado a discussão ao insinuar participação do governo no atentado
Carlos Moura/SCO/STF
O ministro do STF, André Mendonça, teria iniciado a discussão ao insinuar participação do governo no atentado

Os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) , Alexandre de Moraes e André Mendonça, protagonizaram um bate boca no plenário da Corte em meio ao julgamento dos réus pela  invasão dos Palácios dos Três Poderes, no dia oito de janeiro. 

O entreveiro começou após Mendonça, ministro indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmar não haver motivo para condenação do réu por golpe de Estado. 

O ex-advogado-geral da União e ministro da Justiça e Segurança Pública (de 2020 a 2021) de Bolsonaro questionou o efetivo da Força Nacional e a guarda do Palácio do Planalto por omissão. 

"Eu não consigo entender e carece de resposta como o Palácio do Planalto foi invadido da forma como foi invadido. Vossa Excelência, ministro Gilmar, sabe o rigor de vigilância e cuidado que deve haver lá", declarou Mendonça. 

Moraes pediu a palavra e disse que a fala do colega era "absurda" por insinuar participação do governo federal no atentado. 

"Vossa Excelência falar que a culpa é do ministro da Justiça é um absurdo quando cinco comandantes estão presos. Quando o ex-ministro da Justiça fugiu para os Estados Unidos e jogou o celular dele no lixo e foi preso, e agora Vossa Excelência vem ao plenário do Supremo Tribunal Federal, que foi destruído, [falar] que houve uma conspiração do governo contra o próprio governo", rebateu Moraes. 

Mendonça fica irritado e retruca: "Não sou advogado de ninguém. Nem de A nem de B. Não coloque palavras na minha boca. Tenha dó, Vossa Excelência."

Após o bate boca, os ministros pediram desculpas e o julgamento seguiu. Nesta quarta, está sendo votada a condenação do primeiro réu pelas invasões, Aécio Lúcio Pereira Costa. 

Ostentando uma camisa com os dizeres "intervenção militar federal", Pereira Costa se gravou invadindo o plenário do STF. "Amigos da Sabesp: quem não acreditou, tamo aqui. Quem não acreditou, to aqui por vocês também, porra! Olha onde eu estou: na mesa do presidente", diz ele na gravação.

Ele responde pelos crimes de abolição violenta do Estado de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado por meio de violência e grave ameaça, deterioração do patrimônio tombado e associação criminosa armada.

Em depoimento, ele negou que tenha participado do quebra-quebra.

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