Após o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, deixar a prisão, as defesas de outros presos pela operação que investiga fraudes a cartões de vacinação para beneficiar o ex-presidente e sua família pediram a libertação de seus clientes.
A soltura foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que homologou o acordo de delação premiada do militar.
Além da investigação sobre as fraudes nos cartões de vacina, o tenente-coronel é alvo de inquéritos relativos a outros casos, como o escândalo das joias sauditas ilegalmente vendidas no exterior, e na suposta trama golpista orquestrada por Bolsonaro contra o sistema eleitoral.
Os defensores também não demonstram preocupação diante da iminente delação prestada por Mauro Cid, visto que eles não acreditam que nada que possa ser dito pelo ex-ajudante de ordens afetaria seus clientes.
Além de Mauro Cid, também foram presos no âmbito da mesma operação:
- O secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha
- O ex-major do Exército Ailton Gonçalves Moraes Barros
- O militar do Exército Sérgio Cordeiro, que também atuava na proteção pessoal de Bolsonaro
- O sargento Luis Marcos dos Reis, que era da equipe de Mauro Cid
- O policial militar Max Guilherme, que atuou na segurança presidencial
Argumentos das defesas
Nesta segunda-feira (11), a defesa do capitão da reserva do Exército Sérgio Cordeiro protocolou um pedido para que ele possa sair da cadeia. Luiz Eduardo Kunts, advogado dele, disse ao site G1 que as diligências da Polícia Federal foram encerradas e não há, portanto, necessidade de manter a prisão preventiva.
Segundo a investigação, Cordeiro teria emitido um certificado de vacinação com dados falsos em dezembro de 2022, pouco antes de ir aos Estados Unidos com o ex-presidente Bolsonaro. Após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Cordeiro foi nomeado como assessor que o ex-presidente, atendendo a um direito que ele tem.
Já o advogado Marcos Crissiuma, que defende o ex-secretário de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha, alega que entrará com um novo recurso nesta semana, pedindo a revogação da prisão.
Preso no Rio de Janeiro, Brecha admite que usou a senha de uma enfermeira para excluir dados falsos de vacinação de Bolsonaro e sua filha do sistema do Ministério da Saúde.
De acordo com a Polícia Federal, ele foi responsável por inserir o falso registro de vacinação contra a Covid-19 nos cartões para que a família Bolsonaro viajar aos Estados Unidos.