Na manhã desta quinta-feira (24) a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) realiza uma operação de busca e apreensão para investigação de um grupo criminoso suspeito de estelionato, falsificação de documentos, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.
Ao todo, os agentes cumprem cinco mandados de busca e apreensão, e dois mandados de prisão. Entre os alvos estão Jair Renan Bolsonaro, filho 04 do ex-presidente Jair Bolsonaro ; e o instrutor de tiro Maciel Carvalho, que é amigo de Jair Renan. Um terceiro investigado não teve o nome divulgado pela Polícia Civil e atuaria como “testa de ferro” no esquema.
Maciel Carvalho
Maciel Carvalho tem 41 anos e já foi preso anteriormente em outra operação da PCDF. Ele é suspeito de forjar documentos para conseguir o registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), e venda ilegal de armas.
Maciel atuava como instrutor de tiro no mesmo clube de tiro onde Jair Renan treinava, além de ter fotos em festas com o filho do ex-presidente.
“Surpresa” para Jair Renan
Atualmente, Jair Renan Bolsonaro trabalha como Auxiliar Parlamentar Pleno do senador bolsonarista Jorge Seif (PL-SC) desde março, e detém uma empresa de eventos Bolsonaro Jr Eventos e Mídia.
Nas redes sociais, ele também se coloca como “gamer, influenciador digital e estudante de Direito”. Admar Gonzaga, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral e advogado de Jair Renan, afirmou ao blog da Andreia Sadi que a operação foi “uma surpresa” para o filho 04 do ex-presidente.
Ele afirma que os policiais civis “levaram HD, levaram celular dele e um papel com rabisco do Jair Renan [em] que ele está vendo quociente eleitoral em Balneário Camboriú”, onde ele mora.
Em nota, o advogado de Jair Renan informou que o filho 04 de Bolsonaro está "tranquilo", mesmo diante da operação que o teria pego de surpresa. Confira a nota na íntegra:
"Ocorreu, na data de hoje, cumprimento de mandado de busca e apreensão na residência de Jair Renan em Balneário Camboriú/SC, onde foram apreendidos: um aparelho celular, um HD e papéis com anotações particulares. Não houve condução de Renan para depoimento ou qualquer outra medida. A defesa informa que foi recém-constituída, e que por isso não obteve acesso aos autos da investigação ou informações sobre os fundamentos da decisão. Renan informou estar surpreso, mas absolutamente tranquilo com o ocorrido.
Admar Gonzaga
advogado".
Entenda a operação
O mandado contra Jair Renan é cumprido em dois endereços: um no apartamento onde Jair Renan vive em Balneário Camboriú, no estado de Santa Catarina, e outro num prédio no Sudoeste, área nobre de Brasília.
O grupo, segundo a polícia, agia por meio de um laranja e de empresas fantasmas utilizadas pelos suspeitos, que teriam forjado relações de faturamento, entre outros documentos das empresas investigadas por meio do uso de dados de contadores, sem consentimento.
O grupo também teria utilizado a identidade falsa de Antônio Amâncio Alves como proprietário de empresas usadas como “laranjas”, e também para abrir uma conta bancária.