O religioso é alvo de cinco inquéritos policiais
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O religioso é alvo de cinco inquéritos policiais


O padre Airton Freire de Lima, de 67 anos, e três funcionários dele tornaram-se réus após a Justiça aceitar as duas denúncias do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) por crimes sexuais que eles são suspeitos de cometer no município de Arcoverde , no Sertão de Pernambuco. 

A assessoria do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) declarou, por meio de uma nota oficial, que a apuração dos crimes vai correr em segredo de justiça para preservar a intimidade das vítimas. Por essa razão, a polícia não detalhou qual tipo de crime sexual previsto no Código Penal Brasileiro foi atribuído aos indiciados.

"Não podemos divulgar informações sobre seus respectivos trâmites, decisões, julgamentos ou recursos, ficando o acesso aos dados limitado apenas às partes envolvidas e aos seus advogados/representantes legais", diz a Corte. 

Padre Airton Freire, criador da Fundação Terra, teve a prisão preventiva decretada em 14 de julho no município de em Arcoverde, no Sertão, durante a operação que também cumpriu mandados de busca e apreensão. 

Ele ficou numa cela isolada do Presídio Advogado Brito Alves até o dia 22 de julho, quando passou mal e foi encaminhado ao Hospital Memorial Arcoverde e, no dia seguinte, para o Hospital Português, no Recife, em decorrência de um acidente vascular cerebral (AVC) e está na UTI.


Inquéritos

O religioso responde ainda a outros três inquéritos em andamento, por denúncias de outras vítimas. A polícia divulgou um número exclusivo para que outras possíveis vítimas ou testemunhas possam entrar em contato. O número é o (81) 9.9488.7082.

"Os relatos das vítimas merecem credibilidade. Todas essas mulheres e um homem, que não se conhecem, relataram de forma detalhada, segura, de forma emocionada. Demonstraram dor em relembrar os fatos. E não há nenhum indicativo de que estão inventando, fantasiando algo sobre um homem que, por elas, era como um homem santo", afirmou a delegada Andrezza Gregório, em coletiva de imprensa concedida em julho. 

Além de padre Airton, também se tornaram réus o motorista do religioso, Jailson Leonardo da Silva, de 46 anos; Landelino Rodrigues da Costa Filho, de 34 anos, responsável por filmar missas e eventos na Fundação Terra; e outro funcionário não identificado pela polícia, que responde pelo crime de falso testemunho e não teve a prisão decretada.

Jailson, que continua foragido, foi denunciado por estupro pela personal stylist Sílvia Tavares de Souza, 53 anos. O crime foi praticado durante um retiro espiritual em agosto de 2022 e, segundo Sílvia, Jailson a estuprou enquanto o padre - que ela via como uma figura paternal e santa - se masturbava e assistia.

Para atraí-la, o religioso teria chamado a vítima até a sua casa para realizar uma massagem. Quando chegou, ela percebeu que o padre estava sem roupa. "Quando pulei da cama, o motorista colocou a faca no meu pescoço, me deu uma gravata e disse 'quieta que ninguém vai morrer'", contou Sílvia. 

No caso de Landelino, a polícia não revelou quais são os indícios de envolvimento dele nos crimes sexuais investigados. Ele foi preso no último dia 27, um dia após os ter seu nome divulgado para a população. 

Defesa

A defesa de padre Airton reafirmou, em nota, a inocência do religioso, alegando a existência de "provas técnicas e testemunhais, no âmbito dos dois inquéritos concluídos, que atestam que o Padre Airton é inocente”, e que “as provas, infelizmente, não podem ser ainda relevadas pelo fato de as investigações estarem sob segredo de justiça".

"A prisão preventiva do padre fere a legislação brasileira e o direito internacional pelos fatos já expostos à imprensa. O religioso, um homem doente de 67 anos, nunca tentou impedir as investigações, não coagiu testemunhas, nunca representou ameaça de cometimento de crimes e se apresentou espontaneamente à Justiça", diz outro trecho. 

A defesa de Jailson Leonardo da Silva diz que ainda não tomou conhecimento das denúncias do MPPE e, por isso, não se pronunciou. A defesa de Landelino ainda não se pronunciou sobre a decisão da Justiça, nem há informações sobre quem é a pessoa responsável por sua defesa.

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