Lula foi o primeiro chefe de Estado a discursar na reunião
Ricardo Stuckert/PR
Lula foi o primeiro chefe de Estado a discursar na reunião

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), discursou nesta terça-feira (08) na Cúpula da Amazônia, que acontece na cidade de Belém, no Pará. Segundo o mandatário, a região deve ser tratada apenas como uma "depósito de riqueza", e ressaltou para os presentes sobre a importância tecnológica que a Amazônia possui.

Lula abriu a reunião, sendo o primeiro chefe de Estado a discursar. A reunião conta com representantes dos países da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) — sendo eles Brasil, Bolívia, Colômbia, Guiana, Equador, Peru, Suriname e Venezuela. Na fala, o presidente brasileiro disse: “A declaração presidencial desta Cúpula mostra que o que começamos em Letícia (Colômbia) e agora consolidamos em Belém não é apenas uma mensagem política, é um plano de ação detalhado e abrangente para o desenvolvimento sustentável da Amazônia”.

Em julho, o presidente esteve em uma reunião técnico-científica sobre a região amazônica. Ela ocorreu na Universidade Nacional da Colômbia, no município de Letícia. "A Amazônia não é e não pode ser tratada como um grande depósito de riqueza. Ela é uma incubadora de conhecimentos e tecnologias que mal conhecemos e começamos a dimensionar”, ressaltou o presidente.

"Aqui pode estar soluções para inúmeros problemas da humanidade, da cura de doenças ao comércio mais sustentável. A floresta não é um vazio a ser ocupado nem um tesouro a ser saqueado. É um canteiro de possibilidades que precisa ser cultivado”, disse Lula.

A cúpula acontece entre os dias 8 e 9 de agosto. Ao final do encontro, é esperado que seja redigida a Carta de Belém, que estabelecerá uma nova agenda comum entre os países participantes. Nela, o desenvolvimento sustentável da Amazônia deverá ser conciliado com a: proteção do bioma e da bacia hidrográfica, inclusão social, fomento de ciência, tecnologia e inovação e o estímulo à economia local e valorização dos povos indígenas, comunidades locais e tradicionais e de seus conhecimentos ancestrais.

Entretanto, a Carta de Belém segue com uma divergência quanto a exploração de combustíveis fósseis. Com isso, o assunto deverá ser tratado de forma lateral, seguindo individualmente entre os países. Outro ponto de discordância são em relação à meta de desmatamento. O Brasil levanta que o objetivo é o desmatamento zero até 2030, enquanto alguns países resistem a essa imposição.

Além dos países já mencionado, nesta quarta-feira (09) a  Indonésia, a República Democrática do Congo e a República do Congo, também foram convidadas para participarem, uma vez que possuem as maiores florestas tropicais do mundo. "Além dos oito países amazônicos, a presença da Indonésia e dos dois Congos [República do Congo e República Democrática do Congo], países com florestas tropicais, é fundamental para uma aliança pelo desenvolvimento sustentável”, diz Lula.

O presidente convidou a Alemanha e a Noruega, uma vez que são as principais doadoras do Fundo Amazônia, além do primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves, que é presidente da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), e o Sultan Ahmed al-Jaber, presidente da COP28.

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