Nesta sexta (4), a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) deflagraram uma nova operação para investigar o assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, mortos em 2018. A ação mira um esquema de “gatonet” de que o ex-bombeiro Maxwell Simões (conhecido como Suel), preso por envolvimento na execução da vereadora, fazia parte.
Ao todo, sete mandados de busca e apreensão são cumpridos pelos agentes da PF em endereços ligados a Suel no Complexo Lins, Rocha Miranda e no Méier, na Zona Norte do Rio de Janeiro, e no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste. A esposa do ex-bombeiro era alvo da operação no Recreio e, a pedido da defesa de Suel, ela deve prestar depoimento à força-tarefa da polícia ainda nesta sexta.
Durante uma entrevista coletiva na semana passada, o superintendente da Polícia Federal, Leandro Almada da Costa, apontou Suel como responsável por controlar a exploração ilegal de serviços de internet e TV por assinatura, popularmente conhecidos como “gatonet”, na região de Rocha Miranda, na zona norte do Rio.
“[Suel] já foi denunciado pelo Ministério Público por explorar gatonet. Esse ambiente criminoso permeia até a origem do próprio [Ronnie] Lessa. Existe a questão da história do crime, outros matadores, outros executores que atuam nesse contexto no Rio de Janeiro”, disse Almada.
Ainda de acordo com as investigações, o patrimônio de Suel é incompatível com sua renda, além de levar uma vida luxuosa que também não condiz com o que ele ganha. A investigação também apura a movimentação de R$ 5,3 milhões nas contas do ex-bombeiro e de empresas ligadas a ele num espaço de três meses.
Prisão e acusações contra Suel
O ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel, foi transferido para o Presídio Federal de Brasília na semana passada. Ele foi preso pela PF como suspeito de participar dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes.
Suel já tinha sido preso antes, em junho de 2020, numa operação que investigou os homicídios, e cumpria prisão domiciliar. Ele teria ajudado a esconder armas de Ronnie Lessa - incluindo a arma do crime - apontado como executor da vereadora e do motorista.