O ex-presidente da República Michel Temer (MDB) disse neste sábado (22) que o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff foi um "golpe de sorte", em alusão a um comentário nas redes sociais do presidente chileno, que, quando era deputado, em 2016, fez a um post de Temer.
"Tirando o que o Boric e o Lula falaram, com o perdão do trocadilho, acho que foi um golpe de sorte", disse Temer ao site chileno BioBioChile.
Na ocasião, Boric disse que a destituição de Dilma foi um golpe, mesmo que disfarçado de "institucional".
"O que aconteceu com a ex-presidente Dilma é que ela perdeu apoio político. Além disso, havia as pedaladas fiscais, que são uma questão técnica e estão sob pena de demissão. Afastado o presidente, quem deve assumir a presidência da República é o vice-presidente. Isso está escrito na Constituição brasileira", afirmou, na entrevista ao site chileno.
"Então sinto muito por aqueles que me chamam de golpista, sinto muito pelo presidente Boric que se manifestou dessa forma no passado. Não sei se atualmente, com os problemas que tem em seu governo, ele diria o mesmo", acrescentou.
Temer também elogiou a política externa do atual governo e disse que o saldo do esforço é "saudável e positivo" para o País.
"Não podemos aplaudir porque Bolsonaro não multilateralizou sua política externa. Bilateralizado ou trilateralizado, mas não era uma coisa útil. Não serviu para ele, nem para o governo, nem para o País", pontuou.
Temer também disse que conceitos de direita e esquerda são, para ele, totalmente irrelevantes.
"O que tenho observado é que a população quer resultado e nada mais que isso. Não importa se o resultado vem de um presidente que se considera de direita ou de esquerda. Desde que seja positivo, aplauda. Se não for, é obsoleto. Muitas vezes eu tenho dito o seguinte: pergunte a uma pessoa que está com fome, que não tem um prato de comida em casa, se ela é de direita ou de esquerda. Ela diz 'eu quero um pão'".