Após um julgamento que durou 12 horas, William César dos Santos foi condenado pelo crime de feminicídio na quinta-feira (20), quatro anos após ter assassinado a ex-companheira, Mayara Stefany, de apenas 19 anos, arremessando ácido sulfúrico no rosto dela em 4 de julho de 2019, no Recife. A vítima passou 21 dias internada no Hospital da Restauração antes de vir a óbito.
O crime aconteceu três meses após a separação do casal, nas proximidades da residência onde ambos moravam com o filho (que tinha apenas dois anos à época), no bairro de Nova Descoberta, na Zona Norte do Recife. Antes de ser morta, Mayara procurou a polícia oito vezes, acusando o ex-companheiro de agressões físicas e psicológicas.
“O sentimento é o de justiça sendo feita. A gente viu ele alegando que nunca batia nem fazia nada de mal com ela, mas, no dia a dia, a gente sabia. A gente que via ela chegar machucada e escondendo isso, porque gostava dele. Quando ela deu um basta, ele não quis deixar ela livre”, disse uma tia de Mayara.
William César foi condenado por homicídio quadruplamente qualificado, tendo como agravantes torpeza, meio cruel, recurso que impossibilitou defesa da vítima e feminicídio. A pena será de 30 anos, três meses e 15 dias em regime fechado, além de ser obrigado a pagar as custas processuais.
Para cometer o crime, William teve ajuda de um amigo, Paulo Henrique Vieira dos Santos, que segurou Mayara enquanto ele lançava ácido em seu rosto. Ainda não há uma data prevista para o seu julgamento.
Cinco dias após o crime, William se entregou à polícia e, cinco dias depois, ele e Paulo Henrique foram indiciados por tentativa de feminicídio. Diante da morte de Mayara, o Ministério Público de Pernambuco solicitou a alteração do indiciamento, enquadrando os dois por homicídio qualificado consumado, sendo o feminicídio uma das qualificadoras.