Nesta quarta-feira (19) um médico foi preso por estupro de pacientes. Ele recebeu voz de prisão enquanto trabalhava em um posto médico no bairro de Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife. Ele foi encaminhado para o Centro de Observação e Triagem (Cotel), no município de Abreu e Lima, no Grande Recife.
O suspeito, que não teve o nome divulgado, era investigado desde setembro de 2022, quando a primeira de três vítimas, uma estudante de 22 anos, registrou uma denúncia contra ele.
De acordo com o depoimento da vítima, ela teve uma enxaqueca e procurou a Policlínica e Maternidade Arnaldo Marques, no bairro do Ibura, Zona Sul do Recife, em busca de tratamento. Durante o atendimento, ela conta que teve as partes íntimas tocadas pelo acusado.
Diante da queixa registrada na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, o médico foi afastado de suas atividades pela Prefeitura do Recife, mas permaneceu em liberdade. Somente com o surgimento das outras duas denúncias a investigação avançou e obteve provas contra o suspeito.
Diante disso, a 15ª Vara Criminal da Capital expediu um mandado de prisão preventiva e outro de busca e apreensão na casa do médico, que vive no bairro de Candeias, também em Jaboatão. Lá, foram apreendidos computadores e smartphones que, de acordo com a polícia, contém mensagens trocadas entre o acusado e as vítimas.
Os casos se repetem
De acordo com dados divulgados pela Secretaria de Defesa Social (SDS), 1.113 mulheres fizeram denúncias de estupro no primeiro semestre deste ano. No mesmo período do ano passado, 1.191 vítimas prestaram queixas.
No último mês de maio a Polícia Civil de Pernambuco revelou o caso de outro médico, um cardiologista de 74 anos que também foi indiciado por violentar uma paciente durante sua consulta, em uma clínica particular no Recife.
O caso aconteceu em dezembro de 2022. A vítima, uma atendente de padaria de 50 anos, contou à polícia que foi abusada durante a realização de um exame em que o médico estava aferindo sua pressão arterial.
Ela estava sozinha com o acusado na sala da clínica, e conta que o acusado “esticou meu braço e botou perto da parte genital dele. Puxei, porque achei estranho, mas senti o órgão genital. Ele ficou com ereção. Na hora senti vontade de sair dali e destruir tudo, fiz 'cara' feia para ele perceber que não gostei. Depois do exame, ele se aproximou, disse que meu coração estava ótimo e saiu", disse a paciente na época do crime.
O suspeito foi indiciado por violação sexual mediante fraude, crime que consiste na “conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém, mediante meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima”, e prevê uma pena de até seis anos de prisão. O nome dele e da vítima permanecem em sigilo porque o processo corre em segredo de justiça.