Jean Lawand Júnior, à esquerda, e Braga Netto, à direita
Reprodução/Exército Brasileiro
Jean Lawand Júnior, à esquerda, e Braga Netto, à direita


Em diálogos com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o coronel Jean Lawand Junior, de 51 anos, cobrou que  um plano golpista fosse colocado em prática por Bolsonaro após a vitória de Lula (PT) nas eleições presidenciais. As conversas foram obtidos pela revista Veja .

Jean Lawand Junior é graduado em Ciências Militares na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman)e pós-graduado na mesma área pela Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais e pela Escola de Comando e Estado-Maior do Exército.

Hoje coronel, ele também comandou o 6º Grupo de Mísseis e Foguete, e deixou o cargo em dezembro de 2020. Lawand teve a melhor média em artilharia entre os alunos formados na academia em 1996, o que lhe rendeu uma menção no Anuário Estatístico da Aman. Bolsonaro se formou no local anos antes, em 1977.

Num decreto de março de 2021, o então presidente incluiu Lawand e outras dezenas de militares no grau de Cavaleiro da Ordem do Mérito Militar, por seus "serviços prestados à nação brasileira".

Jean Lawand Júnior comandou o Corpo de Alunos da Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), em Campinas (SP), e foi subchefe do Estado-Maior do Exército. Ele estava à frente da EsPCEx quando as primeiras mulheres ingressaram no local, em 2017, depois da lei assinada por Dilma Rousseff (PT) em 2012. 

Com o novo governo Lula, o coronel havia sido transferido para Washington, nos Estados Unidos, para exercer a função de adjunto do Adido do Exército junto à Representação Diplomática do Brasil, com início previsto a partir de 2 de janeiro de 2024, pelo prazo de dois anos. No entanto, com o avanço das investigações, o governo avalia cancelar sua promoção, segundo a  Veja.

Pedido de golpe

Em arquivos encontrados pela Polícia Federal no celular de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o coronel Jean Lawand Júnior aparece suplicando que o ex-presidente desse um golpe de Estado.

“Pelo amor de Deus, Cidão. Pelo amor de Deus, faz alguma coisa, cara. Convence ele a fazer. Ele não pode recuar agora. Ele não tem nada a perder. Ele vai ser preso. O presidente vai ser preso. E, pior, na Papuda, cara”, diz Lawand em áudio. Cid, por sua vez, sem rechaçar a ideia, disse que Bolsonaro não deu a ordem porque “não confia no ACE” (Alto Comando do Exército), cúpula formada por generais e pelo ministro da Defesa.

Entre no  canal do Último Segundo no Telegram e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo. Siga também o  perfil geral do Portal iG.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!