O ex-ministro da Justiça Anderson Torres afirmou em depoimento para a Polícia Federal que não teve ordem para que a Polícia Rodoviária Federal tomasse ações mais duras no Nordeste nas eleições do ano passado.
Segundo trecho do depoimento obtido pela CNN Brasil, Torres afirmou "que também não houve a determinação para que a PRF agisse de tal forma em qualquer outro Estado da Federação”.
O ex-ministro explicou que, no dia que ocorreu a votação do segundo turno, ele falou com o ex-diretor-geral da PRF , Silvinei Vasques, sobre informações que foram divulgadas sobre os bloqueios nas estradas no Nordeste e lhe foi passado que o trabalho era normal.
“Questionado acerca das notícias que estavam sendo divulgadas na mídia no dia 30/10/2022, segundo as quais a PRF estaria realizando abordagens nas rodovias federais, tendo Silvinei afirmado que a atuação da PRF era normal, chegando, inclusive, a escoltar veículos que estariam sem condições de trânsito para garantir o direito de voto”, diz trecho do depoimento.
Torres prestou depoimento por não ser investigado no caso. A Polícia Federal permitiu que ele ficasse em silêncio e a "garantia de não autoincriminação". A ordem foi dada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e relator do inquérito.
Anderson Torres foi preso no dia 15 de janeiro, uma semana depois do ato terrorista praticado por bolsonaristas contra os prédios dos Três Poderes em Brasília.