Nesta quarta-feira (10), o Conselho Regional de Medicina do Acre (CRM-AC) determinou que seja aberta uma sindicância para apurar a conduta dos médicos que zombaram do quadro clínico da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Ela está internada após ser diagnosticada com a Covid-19.
O tratamento de Marina segue sendo feito no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (InCor), em São Paulo (SP). Ela foi internada no último sábado (06), mas a equipe médica diz que o caso não é grave. O boletim médico da ministra prevê alta para esta quarta-feira.
O CRM-AC emitiu uma nota ao qual explica que a investigação "terá como parâmetro as normas e critérios estabelecidos pelo Código de Processo Ético-Profissional e pelo Código de Ética Médica”. Segundo a Resolução CFM n. 2.306/2022, caso os médicos possuam uma conduta contrária ao Código de Ética, o colegiado pode interditar o exercício profissional.
Em um grupo do WhatsApp nomeado "Médicos Unidos”, alguns profissionais responsáveis pela ministra debocharam do quadro clínico, sendo utilizado um caráter negacionista acerca da vacina contra a Covid-19. Ao todo, três profissionais da saúde zombam da ministra, com um deles desejando que "o vírus da covid esteja bem”.
Vale ressaltar que a imunização do Covid-19 apenas previne que a doença se manifeste de maneira mais grave, não sendo uma garantia absoluta que o imunizado não possa desenvolver. Comorbidades e a forma como o organismo reage ao vírus são levados em conta.
Os responsáveis pelos comentários são Grace Monica Alvim Coelho (ginecologista e ex-secretária de Saúde do Acre), Nilton Torrez Chavez e Jorge Lucas Fonseca.
Segundo a ginecologista, o vazamento das conversas do grupo foi "orquestrada por opositores”. Ela negou a conduta. Grace é apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A profissional da saúde disse que as mensagens não são exatamente sobre Marina Silva " ou sua doença, e sim a respeito da vacinação”.