Advogado Rodrigo Tacla Duran, acusado de lavagem de dinheiro pela Operação Lava Jato
Reprodução / Jornal Nacional
Advogado Rodrigo Tacla Duran, acusado de lavagem de dinheiro pela Operação Lava Jato

O Ministério Público Federal no Paraná (MPF-PR) enviou um pedido a Justiça Federal para anular  o depoimento do advogado Rodrigo Tacla Duran, que acusa o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) e o deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) de extorsão. O pedido é assinado pelo procurador Walter José Mathias Júnior, que acompanhou o depoimento.

Para Mathias Júnior, o juiz responsável pelo caso, Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal de Curitiba, foi omisso sobre o sigilo do depoimento. No entendimento da procuradoria, por haver dois parlamentares com foro privilegiado, o teor das  declarações de Tacla Duran não deveriam ter sido divulgadas.

Ex-advogado da Odebrecht, Tacla Duran se diz vítima de extorsão de Moro e Dallagnol quando ambos comandavam a Operação Lava Jato. O senador era o juiz responsável pelo caso, quando comandou a 13ª Vara Federal de Curitiba. Já o deputado comandou a força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público. Os dois negam as acusações.

“Existem aqui implicações que inclusive eu vou entrar um pouco adiante em relação a Deltan Dallagnol e outros procuradores, que inclusive eu coloquei a petição e que ficam, insistem em manter contatos extra o conduto legal, fora do DRCI [Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional, ligado ao Ministério da Justiça], para continuar me perseguindo aqui na Espanha e em outros países”, acusa o advogado.

“Todo mundo sabe, no mundo jurídico, inclusive quando eu contratava escritórios pra Odebrecht, que eu trabalhei lá, que isso é uma prática comercial ali praticada, doutor. E por que eu não aceitei, eu não aceitei ser extorquido, e falar o português claro que ele gosta do linguajar de cadeia, de ser 'arregado', é que eu fui perseguido até hoje”, completou.

Após as declarações de Tacla Duran, Appio encerrou o depoimento e remeteu os autos ao Supremo Tribunal Federal (STF). O juiz ainda encaminhou o advogado acusado ao programa federal de testemunhas protegidas "por conta do grande poderio político e econômico dos envolvidos".

O MPF ainda pede para que Appio reconsidere o sigilo do depoimento.

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