O falso médico Thiago Celso Andrade Reges , de 36 anos, preso pela polícia de Fortaleza , no Ceará , trabalhou de forma ilícita em, pelo menos, quatro hospitais públicos no interior do estado (Itapajé, Mulungu, Baturité e Pentecoste). Segundo a polícia, em um dos munícipios ele chegou a receber um salário mensal de R$ 42.500.
A prisão do suspeito ocorreu no dia 17 de fevereiro em um prédio da área nobre da capital cearense. Além do exercício ilegal da medicina, Reges também é investigado por estelionato e falsidade ideológica e de documentos, já que tentou validar um falso diploma. Ele também responde por tráfico internacional de mulheres, no Acre.
Entenda o caso
Segundo a polícia, em 2020, Thiago conseguiu, por meio de uma decisão judicial, que reitoria da Universidade Estadual do Ceará (Uece) aprovasse a revalidação nacional do diploma de médico que ele supostamente teria obtido da Universidad Privada Abierta Latinoamericana, na Bolívia.
Após isso, o falso médico ainda chegou a ser registrado no Conselho Regional de Medicina do Ceará (Cremec). Logo depois do registro, foi descoberto que o diploma era falso e que ele não havia cursado medicina.
Durante as investigações, os agentes descobriram que o Cremec já havia recolhido a carteira do órgão e instaurado procedimento administrativo contra o suspeito.
Salário de R$ 42 mil
No ano em que Thiago Celso revalidou o falso diploma, ele atuou como plantonista no Hospital e Maternidade João Ferreira Gomes, em Itapajé.
De acordo com registros do site da prefeitura do município, ele suspeito trabalhou na unidade, com vínculo temporário, de setembro a outubro de 2020. Nesse período, o falso médico recebeu salários de R$ 22.500 a R$ 42.500 pelos plantões.
Já na cidade de Mulungu, Reges atuou um hospital municipal de abril a maio de 2021. Neste, ele recebeu salário de R$ 2 mil e R$ 5.200.
Em Pentecoste, ele também foi médico plantonista por cerca de 11 meses, de janeiro a novembro de 2022. Na época, ele recebeu salários mensais entre R$ 8.184 e R$ 11.360.
O período e o salário que o falso médico recebeu quando trabalhou no hospital de Baturité não foi disponibilizado pelo órgão.
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