O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) pediu nesta quarta-feira (1º) ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) o afastamento do juiz Eduardo Appio dos processos relacionados à Operação Lava Jato. Segundo o parlamentar, Appio tem ‘afinidade com Lula’ e que a aproximação poderá interferir nas investigações.
Para embasar a denúncia, Flávio Bolsonaro citou a nomenclatura “LUL22” escolhida pelo magistrado no sistema processual da Justiça do Paraná. O parlamentar ainda cita doações de R$ 13 e R$ 40 para as campanhas de Lula e de uma deputada estadual no Paraná.
"Prática de condutas com viés político-partidário e, ainda com o agravante de serem praticadas durante o curso de processo eleitoral, que diga-se de passagem, foi o mais acirrado da história do Brasil, expressando publicamente - fora dos autos - seu apoio político a um dos candidatos ao cargo de Presidente da República", acusa Flávio.
A denúncia contra Appio acontece após entrevistas do magistrado – que assumiu a 13ª Vara Federal de Curitiba em fevereiro – em que defende a inocência de Lula e o enfraquecimento da operação nos últimos anos. O juiz, porém, afirmou que a inocência do presidente acontece devido às decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), que anulou os processos envolvendo o petista.
Ele ainda disse que a prisão de Lula foi válida em um determinado momento, mas que a mudança do entendimento do STF sobre a prisão em segunda instância derrubou ‘o embasamento técnico para a manutenção da detenção’.
Eduardo Appio negou as acusações do senador e informou que não fez doações de campanha e a nomenclatura do sistema judicial nada tem relação com o presidente Lula. O iG pesquisou as prestações de contas do petista e da deputada estadual pelo Paraná Ana Júnia, mas não foram encontradas doações em nome de Appio.