Crianças Yanomamis desnutridas
Reprodução: redes sociais - 23/01/2023
Crianças Yanomamis desnutridas

Nos povos Yanomami , a taxa de  mortalidade de bebês no 1º ano  atingiu 114,3 a cada 1.000 nascimentos em 2020, sendo 10 vezes a taxa do Brasil. Os dados são do relatório da Missão Yanomami , divulgado pelo Ministério da Saúde .

Segundo dados da ONU (Organização das Nações Unidas), o número supera a taxa dos países africanos como Serra Leoa e República Centro-Africana, que estão entre as nações mais pobres do mundo e têm os maiores índices de mortalidade de crianças. Em 2020, Serra Leoa tinha a taxa de mortalidade de 80,5 a cada 1.000 nascimentos e a República Centro-Africana, de 77.

No documento divulgado pelos Yanomamis, as mortes de bebês recém-nascidos representaram quase 60% do índice entre menores de 1 ano de 2018 a 2022. O documento indica ainda a  desnutrição como uma das principais causas das mortes.

Segundo a nutricionista Juliana Vieira, "a desnutrição é, na verdade, uma deficiência de calorias, vitaminas e nutrientes e ocorre pela falta de alimento. O consumo geral de alimento geral de calorias e proteínas não estão suficientes para suprir a taxa metabólica do organismo", explica a especialista.

"No caso dos Yanomamis, é necessária uma dieta enteral (dieta líquida por meio de uma sonda), introduzida pela sonda nasogástrica ou nasoentérica. O caso deles é um caso bem grave", explica Vieira.

Crise humanitária

O povo da Terra Indígena Yanomami, considerada a maior do Brasil, sofre grave crise humanitária e sanitária. Dezenas de adultos, crianças e idosos foram diagnosticados desnutrição grave e malária nas últimas semanas.

A situação precária dos indígenas se agravou muito a partir do avanço do garimpo ilegal.

Um levantamento da Hutukara Associação Yanomami aponta que o garimpo ilegal cresceu 54% em 2022 e devastou 5.053 hectares da Terra Indígena Yanomami. O estudo também estima que, com a atividade irregular, 20 mil garimpeiros estejam no local.

Terra indígena Yanomami está em emergência de saúde desde o dia 20 de janeiro, conforme decisão do governo Lula. Inicialmente por 90 dias, órgãos federais auxiliarão no atendimento aos indígenas.

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