Senadores do Partido Democrata enviaram um ofício ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para que a Casa Branca colabore com as autoridades brasileiras nas investigações dos ataques em Brasília e pediu celeridade nas análises de extradição do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os nove parlamentares criticaram as ações do brasileiro e o culpou pelos atos golpistas.
O documento é assinado pelos senadores Robert Menendez, Bernie Sanders, Dick Durbin, Ben Cardin, Chris Murphy, Jeanne Shaheen, Jeff Merkley, Van Hollen e Tim Kaine. Para justificar as acusações, os parlamentares citaram os ataques feitos por Bolsonaro e seus apoiadores contra o sistema eleitoral brasileiro e a inflamação de apoiadores em frente ao Exército.
"Condenamos a violenta insurreição no Brasil em janeiro 8, 2023, e expressando a solidariedade dos Estados Unidos com o povo do Brasil, bem como o apoio à salvaguarda instituições democráticas do Brasil", aponta o ofício.
"Antes das eleições gerais do Brasil, o ex-presidente Jair Bolsonaro repetidamente fez acusações falsas e infundadas questionando a transparência e a integridade do processo eleitoral do país (...) e encorajou seus partidários a ampliar essas reivindicações infundadas", completa.
Em conversa com os jornalistas, o senador Dick Durbin foi além e criticou os apoios que o ex-presidente brasileiro tem recebido de apoiadores em Miami.
“É vergonhoso que Bolsonaro estivesse nos EUA tirando selfies durante aquele evento vergonhoso. Recentemente, apresentei uma legislação para garantir que os funcionários estrangeiros que prejudicam uma eleição livre e justa ou uma transferência pacífica e democrática do poder não possam escapar da responsabilidade fugindo para os Estados Unidos”, disse.
“Esta resolução enfatizará ainda mais a mensagem de que estamos com o povo do Brasil e apoiamos a salvaguarda de suas instituições democráticas”, completou.
Ataques em Brasília
Os prédios do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF) foram invadidos por bolsonaristas na tarde de 8 de janeiro. Eles protestaram contra a vitória de Lula e o uso das urnas eletrônicas.
No dia anterior, caravanas de bolsonaristas chegaram à Brasília para o ato. O ministro da Justiça, Flávio Dino, chegou a solicitar o uso da Força Nacional para manter a segurança da Praça dos Três Poderes.
No Congresso, os manifestantes vandalizaram o salão verde da Câmara dos Deputados e invadiram o plenário do Senado. Já no Planalto, os suspeitos quebraram portas e tentaram invadir o gabinete presidencial.
Na Suprema Corte, os manifestantes tentaram invadir os gabinetes dos ministros, quebraram as portas dos armários onde ficam as togas, além de quebrar vidraças e vandalizar a fachada do prédio.
Cerca de mil pessoas foram presas e levadas para a carceragem da Polícia Federal na capital. Algumas já foram liberadas por decisões do STF, enquanto outros ainda aguardam o pedido de habeas corpus.