A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou neste sábado (4) mais 152 suspeitos de participarem dos ataques golpistas no último dia 8 de janeiro. Segundo a PGR, eles foram enquadrados por associação criminosa e incitação a animosidade entre as Forças Armadas contra os Poderes Constitucionais.
Essa é a sexta leva de denúncias do Ministério Público contra os acusados de participarem dos atos contra os Três Poderes em Brasília. Até o momento, 653 pessoas já foram denunciadas pela promotoria.
Segundo a PGR, a denúncia é contra os suspeitos que estavam acampados em frente ao quartel do Exército na capital federal. O documento, assinado pelo subprocurador Carlos Frederico Santos, narra a sequência dos acontecimentos, desde a instalação do acampamento em outubro até o dia dos ataques.
A peça aponta que o local apresentava “evidente estrutura a garantir perenidade, estabilidade e permanência” dos manifestantes que defendiam a tomada do poder.
No ofício enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), o MP pede que as condenações sejam calculadas separadas, o que aumentaria a pena total dos suspeitos. Além da prisão, Santos pede para que os denunciados paguem uma indenização por danos morais coletivos.
Ataques em Brasília
Os prédios do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF) foram invadidos por bolsonaristas na tarde de 8 de janeiro. Eles protestaram contra a vitória de Lula e o uso das urnas eletrônicas.
No dia anterior, caravanas de bolsonaristas chegaram à Brasília para o ato. O ministro da Justiça, Flávio Dino, chegou a solicitar o uso da Força Nacional para manter a segurança da Praça dos Três Poderes.
No Congresso, os manifestantes vandalizaram o salão verde da Câmara dos Deputados e invadiram o plenário do Senado. Já no Planalto, os suspeitos quebraram portas e tentaram invadir o gabinete presidencial.
Na Suprema Corte, os manifestantes tentaram invadir os gabinetes dos ministros, quebraram as portas dos armários onde ficam as togas, além de quebrar vidraças e vandalizar a fachada do prédio.
Cerca de mil pessoas foram presas e levadas para a carceragem da Polícia Federal na capital. Algumas já foram liberadas por decisões do STF, enquanto outros ainda aguardam o pedido de habeas corpus.