A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) negou ter participado de um plano golpista revelado pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES) nesta quinta-feira (2). Em nota, a Abin reiterou a defesa da democracia e do Estado Democrático de Direito.
Em live durante a madrugada desta quinta-feira (2), o senador afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou convencê-lo a dar um golpe de estado. Do Val disse que o plano foi projetado pelo ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) e que Bolsonaro não impediu o aliado.
Em dezembro de 2022, o parlamentar teria participado de uma reunião com Bolsonaro e Silveira, onde recebeu um pedido para gravar uma conversa com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Marcos do Val citou a participação da Abin, que seria a responsável pela gravação e transcrição da conversa. Além da agência de inteligência, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
“A ABIN reafirma seu compromisso com a democracia e o Estado Democrático de Direito e sua direção e corpo de servidores jamais coadunariam com esse tipo de ação”, disse a agência, em nota.
Após a repercussão do caso, o senador recuou e disse não se lembrar da participação dos órgãos de inteligência.
Mudanças no depoimento
Enquanto na live Marcos do Val acusou a cúpula bolsonarista de golpe, na coletiva oficial no Senado ele deu para trás para blindar Bolsonaro. Ele disse que a ideia partiu única e exclusivamente de Daniel Silveira e que o ex-presidente da República manteve silêncio.
Mais tarde, em entrevista à GloboNews, do Val afirmou de Bolsonaro que aguardaria uma resposta.
O senador prestou depoimento à Polícia Federal na tarde desta quinta-feira. O teor deve ser mantido em sigilo para colaborar com as investigações sobre os atos golpistas de 8 de janeiro.