Yanomami: Direitos Humanos lista omissões do governo Bolsonaro

Ministério liderado por Silvio Almeida aponta ao menos 22 situações onde pasta liderada por Damares Alves se omitiu ou transferiu responsabilidade

Ministério dos Direitos Humanos critica omissões do governo Bolsonaro em relação aos Yanomami
Foto: Igor Evangelista/MS - 30.01.2023
Ministério dos Direitos Humanos critica omissões do governo Bolsonaro em relação aos Yanomami


O Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania divulgou, nesta segunda-feira (30), um relatório com informações relacionadas a algumas omissões observadas durante entre 2019 e 2022 em relação ao povo Yanomami

O documento foi enviado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e também tem o objetivo de responsabilizar pessoas que promoveram ações deliberadas contra a dignidade humana. 

O MDHC, agora liderado por Silvio Almeida, listou uma série de situações onde a entiga gestão do Ministério se omitiu e transferiu a responsabilidade de questões dos indígenas à Funai e para a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI).


Foram listados sete processos administrativos onde foi apurado que houve transferência de resposabilidade por parte do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, liderado por Damares Alves. 

Entre eles, destaca-se a manifestação positiva do MMFDH em relação  conteúdo do Projeto de Lei nº 191/2020, que propunha a legalização da atividade de garimpo. O ministério afirmou que as denúncias contra a violência sofrida pelos Yanomami foi tratada como “críticas de
deputados oposicionistas”.

Também foi apontado que a pasta liderada por Damares ignorou a primeira morte de um Yanomami em decorrência da Covid-19, além de ter vetado a obrigação do fornecimento de água e equipamentos básicos para as comunidades originárias durante a pandemia.

O relatório listou ainda 22 momentos ao longo do últimos quatro anos onde o MMFDH ignorpu recomendações feitas pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), e outras instituições, em relação aos indígenas. 

Foram apresentadas omissões sobre questionamentos de organizações como o Escritório da Alta Comissária para Direitos Humanos (EACDH) e Comitê dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais da ONU a respeito da situação dos Yanomami.

Também foram citados ao menos cinco situações onde o MMFDH não visitou o Território indígena Yanomami, mesmo tendo de cumprir agenda em Roraima ou em regiões próximas ao local onde estão estabelecidos os indígenas.

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