Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública
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Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública

Preso neste sábado (14) , o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, foi exonerado nesta semana do conselho fiscal da Caixa Loterias também em decorrência da investigação que apura se ele foi conivente com o ataque às sedes dos Três Poderes, em Brasília, no último domingo (8). 

Após o fim do governo Bolsonaro, do qual torres fez parte, ele assumiu a secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, que responde pela segurança da capital, a convite do governador afastado, Ibaneis Rocha. 

Na data do ataque, Torres estava em Miami, de férias. No mesmo dia, Ibaneis o exonerou do cargo. 

Torres foi nomeado para ocupar um assento no conselho fiscal em abril de 2022, como indicado da Caixa Econômica Federal, acionista controlador da empresa de apostas. Ele teria mandato até 2024, com a possibilidade de ser estendido até 2028. 

Segundo a Folha de São Paulo, o honorário de um conselheiro fiscal é de aproximadamente R$ 4.500 mensais. A saída só sera oficializada após a realização da assembleia de acionistas, que já foi convocada.

A Caixa tem poder de indicar duas pessoas ao cargo, que devem passar por votação do conselho. Ainda não há substituto para Torres.

Torres teve prisão decretada por maioria do STF (Supremo Tribunal Federal) após os atos terroristas em Brasília, em 8 de janeiro, que deixaram as sedes dos Três Poderes em pedaços. 

A suspeita é que Torres, em conjunto com setores da Polícia Militar do DF e de militares, tenha ajudado a ação dos terroristas bolsonaristas. Ele nega.

"Lamento profundamente que sejam levantadas hipóteses absurdas de qualquer tipo de conivência minha com as barbáries que assistimos", escreveu no dia em que teve sua prisão decretada.

Na oportunidade, ele chamou os atos antidemocráticos de "execrável episódio". "Em um caso de insanidade coletiva como esse, há que se buscar soluções coerentes com a importância da democracia brasileira", disse.

O ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que caso Torres não voltasse até a próxima segunda-feira (16), pediria a extradição ao governo dos EUA.

Nove dos 11 ministros do Tribunal votaram por manter a prisão de Torres. Os ministros Edson Fachin, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Roberto Barroso, Luiz Fux, Ricardo Lewandowski e Rosa Weber acompanharam o voto de Alexandre de Moraes, relator do processo.

Os únicos a divergir da prisão foram os ministros indicados por Bolsonaro, Nunes Marques e André Mendonça. 

Após prisão decretada, a Polícia Federal realizou busca e apreensão na casa de Torres e encontrou uma minuta de decreto em que o ex-presidente Jair Bolsonaro planejava intervir no processo eleitoral. 

Para juristas, essa pode ser a primeira prova material de que o governo cogitou golpe de Estado.

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