O suspeito, de 50 anos, foi preso em Iracema, ao Sul de Roraima
PCRR/Divulgação - 14.12.2022
O suspeito, de 50 anos, foi preso em Iracema, ao Sul de Roraima

A Polícia Civil de Roraima prendeu nesta terça-feira (13) um homem, de 50 anos, suspeito de matar uma adolescente Yanomami, de 17 anos, na cidade de Iracema . Segundo os agentes, o crime ocorreu no ano passado, após Melancia Yanomami ter se recusado a ter relações sexuais com o homem. 

Na ocasião, a jovem teria sido agredida a pancadas e estrangulada pelo suspeito, que depois de ver que a jovem estava morta, enterrou o corpo da indígena em uma área de mata de difícil acesso em uma estrada vicinal. O crime era investigado pela Polícia Civil desde maio do ano passado.

A polícia abriu um inquérito após receber informações do Ministério Público Federal (MPF), com base em um relatório da Frente de Proteção Etnoambiental Yanomami e Ye’kwana (Fpeyy), que apontou possíveis crimes de homicídio e estupro de vulneráveis, praticados por pessoas não indígenas no estado. 

“De imediato iniciamos as investigações e, ao longo dos trabalhos, efetuamos diversas diligências na área rural de Iracema. As investigações dão conta, inicialmente, de que duas jovens indígenas Yanomami foram mortas por se negarem a prática de sexo com um suspeito não indígena. A informação que temos é de que possivelmente elas teriam sido estupradas por ele e mortas", explicou o delegado Adriano Santos.

A jovem de 17 anos é uma das vítimas que foram mortas. A polícia, agora, investiga o assassinato de uma suposta segunda vítima do mesmo homem.

"De uma delas, Melancia Yanomami, localizamos os restos mortais ainda em 2021, enterrados em uma cova, numa mata de difícil acesso, após várias buscas. A segunda, chamada por Lora Yanomami, as diligências ainda estão em andamento para podermos esclarecer as circunstâncias, vez que ainda não encontramos o corpo”, ressaltou ele.

A polícia afirma que o suspeito casou-se com a mãe de Melancia e a matou após ela se negar a ter relações sexuais com ele. 

“A mulher teria sido morta a pancadas e estrangulamento e, depois, enterrada na mata. Quanto a questão da violência sexual, não temos ainda indícios para comprovar. Quanto ao enterro dela na mata, estamos diligenciando se foi ele ou os próprios indígenas quem enterraram o corpo”, disse o delegado.

No interrogatório, o homem negou ter cometido os dois crimes e apontou outras pessoas como autores. O suspeito passará por audiência de custódia nesta quarta-feira (14).

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