A ex- ministra do Desenvolvimento Humano e Combate a Fome , Márcia Lopes , afirmou que o distanciamento entre as gestões federais, das estaduais e municipais influenciaram na crise da rede de assistência social no país.
Márcia é uma das integrantes da equipe de transição de governo, e faz parte do grupo técnico, junto à senadora Simone Tebet (MDB), do deputado André Quintão (PT) e da ex-ministra Tereza Campello.
Em entrevista a Folha, Márcia disse que a situação do aumento da pobreza e das desigualdades no país é um "diagnóstico arrasador", acrescentando que será necessário um trabalho coordenado para o reestabelecimento das políticas sociais e mapeamento das famílias que precisam de auxílio governamental. Segundo a ex- ministra , para que isso aconteça, um orçamento de "no mínimo" R$ 2,7 bilhões será necessário. Além deste valor, para uma atualização e ampliação das demandas de serviços como o Cras e o Creas, serão necessários cerca de R$ 6 bilhões.
Márcia diz que o foco do governo do presidente eleito Lula será o combate à fome , mas que isso deverá conversar com as políticas relacionadas o desenvolvimento do país. Nisso, são abarcados medidas como a transferência de renda, melhoria da alimentação escolar e retomada da produção de alimentos.
“O presidente [eleito] fala muito da participação dos conselhos, das conferências. É um novo pacto social. E conseguir o orçamento para assegurar a transferência é fundamental, por isso essa articulação no Congresso”, completou Márcia Lopes .
Ela ainda criticou como o ministério da Cidadania atualmente se encontra, dizendo ser uma "máquina muito difusa", acrescentando que no futuro governo "provavelmente não ficará como está", sendo uma convicção pessoal de que não permaneça da atual forma.