Dom Phillips e Bruno em ilustração que pede justiça pelo assassinato da dupla
Reprodução / Arte de Cris Vector
Dom Phillips e Bruno em ilustração que pede justiça pelo assassinato da dupla

O juiz federal Fabiano Verli, da Vara de Tabatinga (AM), determinou a transferência de Amarildo Oliveira, o Pelado , para um presídio de segurança máxima. O réu é o principal acusado de assassinar o indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips, mortos em junho deste ano na região da terra indígena Vale do Javari (AM) .

A decisão é de 3 outubro e, no texto, o juiz aponta um "receio de queima de arquivo". O destino de Pelado , que agora está preso preventivamente em um presídio de Manaus , deve ser a penitenciária federal de Campo Grande (MS).

"A alegação de que ficaram longe das famílias é relevante e forte o suficiente para ser levada em consideração, mas não é suficientemente forte para impedir que a Justiça Pública se acautele diante de possíveis cenários não muito favoráveis à incolumidade física dos presos", afirma o juiz na decisão.

Os outros dois réus pelo crime , Oseney de Oliveira, o Dos Santos, e Jefferson da Silva Lima, o Pelado da Dinha, também devem ser transferidos à unidade.

Os advogados dos acusados alegaram que as condições na carceragem da Polícia Federal em Manaus não eram adequadas e que eles eram retirados das celas para "interrogatório forçado ou acareação indevida". Eles foram, então, transferidos para um presídio comum no município.

"De fato, presos não podem ser levados a todo momento para interrogatório e, segundo o direito brasileiro, devem ser ouvidos com a presença de seu advogado se assim desejar", disse o juiz. "Por isso, para se evitarem situações de dúvida quanto à correção da atuação da PF, determinei a ida, pelo menos de Amarildo, para um presídio federal."

A PF informou que a data das transferências, no entanto, é mantida em sigilo por questões de segurança. O processo será feito pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen).

Os interrogatórios são de praxe, de acordo com a polícia, e todos os direitos e garantias fundamentais dos presos são preservados.

A dupla foi morta a tiros e tiveram os corpos esquartejados e queimados no Vale do Javari, na Amazônia . Em nota, a PF disse que Bruno Pereira foi morto com dois tiros na região abdominal e torácica e um na cabeça. Dom Phillips levou um tiro no abdômen/tórax . A munição usada no assassinato foi típica de caça.

Até agora, três homens ligados à pesca ilegal em terra indígena foram presos, acusados de participação direta nas mortes de Dom e Bruno.

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