A Universidade Federal de Santa Catarina ( UFSC ) recebeu uma carta de cunho nazista assinada por um grupo identificado como "SS" e o encaminhou à Polícia Civil na quinta-feira (3). A sigla "SS" é uma abreviação para Schutzstaffel ("Tropa de proteção"), uma organização paramilitar ligada ao Partido Nazista e a Adolf Hitler na Alemanha Nazista.
Na carta, os autores, que afirmam não ter medo da polícia, escrevem que "gays, negros, mulheres feministas, gordas e amarelos [asiáticos]" serão "destruídos". Os autores declaram apoio ao presidente em exercício Jair Bolsonaro (PL) e dizem que o candidato derrotado ganhará as eleições novamente, o que representaria "o fim" desses grupos da sociedade nas universidades federais.
"Iremos limpar a universidade e fazer um mundo melhor para os nossos filhos e netos. Mulheres gordas nem para serem estupradas servem. Mulher preta nem para carregar filho serve. Lugar de preto é trabalhando na roça, não em faculdade. Mulher em casa cuidando e esperando o marido", escrevem.
Em nota, a UFSC afirmou que está mapeando todos os casos de nazismo e racismo dentro da universidade e "colaborando com as investigações por todos os meios à sua disposição, como imagens de câmeras de circuito interno". A instituição deve se manifestar "no momento em que houver divulgação pela própria Polícia Civil". Caso seja comprovada a participação de estudantes nesse ou em outros casos, o Regime Disciplinar do Corpo Discente prevê penalidades que podem chegar ao desligamento dos alunos.
Em vídeo gravado para as redes sociais da universidade, o reitor Irineu Manoel de Souza manifestou indignação com a situação. Ele ressaltou que não haverá tolerância em casos de discriminação.
"Não vamos tolerar nenhuma forma de discriminação e vamos dar a resposta precisa e os encaminhamentos necessários para que a universidade siga num ambiente de paz, prosperidade e humano, que é o que interessa numa universidade pública", disse.
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