O professor Caíto Aragão, que dá aula no colégio militar Tenente Rêgo Barros, em Belém , no Pará, afirma ter sido preso por estar com uma bandeira do Partido dos Trabalhadores (PT) em seu carro dentro do estacionamento da escola. Ele gravou um vídeo dentro do local, em que, segundo ele, havia veículos com adereços políticos de outros partidos e candidatos, mas foi o único a ser abordado.
"Estou sendo preso pelo sargento por, segundo ele, estar desobedecendo [ordens], quando há um carro de propaganda [política] ali estacionado e outros já saíram aqui. Há um mês que estou estacionando aqui e nunca foi proibido, a escola me autorizou. Isso é uma arbitrariedade, é perseguição política porque estou com a bandeira do PT. Se eu não estivesse, não teria esse problema aqui", disse.
Assista ao vídeo abaixo:
Procurada pelo iG , a Força Aérea Brasileira (FAB), afirmou que "não houve prisão envolvendo" Aragão "em razão de manifestação político-partidária". De acordo com a entidade, o professor teria recebido uma voz de prisão por desacato a militar, mas não chegou a ser preso.
"O servidor civil e professor mencionado, ao adentrar no estacionamento da instituição de ensino, considerada área militar, foi advertido pela equipe de serviço que não poderia estacionar nem permanecer no local portando propaganda eleitoral. Ao insistir contra a impossibilidade de se manter no local e se rebelar contra a orientação, incorreu em desacato a militar, tipificado no artigo 299, do Código Penal Militar, motivo pelo qual inicialmente foi dada a voz de prisão. Após tratativas, o servidor alegou que não sabia que se tratava de área militar e, por fim, retirou o veículo do local", diz a nota.
A FAB reforçou ainda que "o cumprimento da legislação vigente sobre manifestação político-partidária no âmbito da Força Aérea Brasileira se aplica a todo efetivo e independe de partido político-específico". O iG questionou à entidade por que, então, os sargentos não abordaram as outras pessoas que portavam adereços políticos no local, e aguarda por um retorno.
A reportagem entrou em contato com o professor Caíto Aragão, mas não obteve um posicionamento até a publicação desta reportagem.
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