Em apelo nas redes sociais, a advogada da família de Bárbara Vitória pediu para que as pessoas parem de compartilhar fotos do corpo da menina violado. No vídeo, a criminalista Aline Fernandes afirma que circulam imagens de quando a criança foi localizada num matagal próximo a um campo de futebol, na última terça-feira (2), em Ribeirão das Neves (MG), e do seu velório. A tragédia envolvendo a vítima, de apenas 10 anos, que foi raptada e morta no domingo (31), segue em investigação.
"Tive conhecimento hoje através do Rogério, pai da Bárbara, que estão compartilhando pelas redes sociais fotos do corpo dela em dois momentos: o primeiro, de quando o corpo dela foi localizado no campo; o segundo momento, enquanto o corpo estava sendo velado", relata a advogada.
A profissional ressaltou ainda que é um "absurdo" precisar pedir para que adultos tenham respeito com a imagem de Bárbara e com o difícil momento que a família dela está enfrentando. Ela ressaltou ainda que a prática de divulgar fotos de cadáveres pode configurar crime de vilipêndio, por violar a dignidade humana. A pena para esse tipo de crime varia de um a três anos de prisão.
"Eu não queria precisar vir até as redes sociais pedir para que pessoas adultas não compartilhem essa foto, acredito eu que esse é o mínimo de decência e compaixão com uma família que acabou de perder uma filha de 10 anos e que está em extrema situação de vulnerabilidade. Então, por favor, não compartilhem fotos da Bárbara morta", frisou Aline.
Entenda o caso
Bárbara Vitória saiu para comprar pão para a família por volta das 17h do domingo (31), numa padaria que fica a poucos metros de sua casa, e não voltou para casa. Na segunda-feira, várias buscas foram feitas pela polícia e por moradores. Imagens colhidas pela polícia mostravam a garota tranquilamente saindo da padaria e se dirigindo para casa. Em outras, no entanto, ela já aparecia interagindo com um suspeito, que parecia conhecer, e, posteriormente, correndo, desesperada.
O corpo da criança foi localizado por uma mulher, conhecida da família, na terça-feira (2), com sinais de violência e apenas com uma peça de roupa – a camisa do Atlético-MG que usava – num matagal próximo a um campo de futebol. Ela foi enterrada na quarta (3), sob clima de emoção e revolta.
Principal suspeito de ter cometido o crime, o eletricista Paulo Sérgio Oliveira, de 50 anos, também era vizinho da menina e da escola. Era conhecido e bem quisto pela comunidade, segundo testemunhas ouvidas pelo GLOBO. Ele esteve na sexta-feira (28), dois dias antes do crime, realizando um serviço de troca de fiação elétrica na casa da família de Bárbara Vitória, onde teria interagido com a criança.
Ouvido pela polícia na segunda-feira (1), ele negou num primeiro momento, mas acabou confessando que, de fato, era ele nas imagens. No entanto, disse não ter cometido o crime.
Na terça-feira, voluntariamente cedeu DNA para que investigadores fizessem uma comparação genética com o material encontrado no corpo da vítima. Na quarta-feira, no entanto, foi encontrado morto, na casa de uma parente, em Cachoeirinha, enforcado com uma corda; a principal hipótese é de que ele tenha cometido suicídio.
Em nota, a Polícia Civil mineira confirmou que já foram realizados exames periciais e médicos, ouvidas testemunhas, suspeito, além de diligências e análises de materiais colhidos "que podem levar à elucidação completa do crime". A perícia realizada pela polícia indicará se a criança sofreu abuso sexual antes de ser morta.
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