Nesta quarta-feira (3), a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, que reúne várias empresas ligadas ao agronegócio, publicou um comunicado em defesa da democracia e do sistema eleitoral brasileiro. Natura, Nestlé, Santander, JBS e a Associação Brasileira do Agronegócio são algumas instituições que fazem parte do grupo.
“Ressaltamos que o processo eleitoral é inquestionável e imprescindível para toda e qualquer discussão que vise à prosperidade do país”, diz a carta. “Sem democracia não há desenvolvimento e sustentabilidade. Sem sustentabilidade não há futuro possível”, diz trecho da nota.
O manifesto não faz qualquer menção ao presidente Jair Bolsonaro (PL), mas defende o processo eleitoral e que todos respeitem os resultados das eleições que ocorrerão em outubro.
O governante tem feito acusações contra as urnas eletrônicas sem apresentar provas, além de atacar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), tendo como alvos Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso.
O documento ainda defende “eleições limpas” e que as leis sejam respeitadas. “O futuro que queremos depende do diálogo entre divergentes e do respeito ao resultado das eleições. Este deve ser um ponto pacífico entre todos os atores que se dispõem a representar a sociedade brasileira à frente de um Estado democrático de Direito”.
A carta foi assinada por 336 representantes de empresas ligadas ao setor do agronegócio. O documento será entregue ao STF, membros do Congresso, embaixadas, instituições financeiras e ministérios.
Leia abaixo o manifesto na íntegra
"A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura posiciona-se, em diversas ocasiões, em prol de uma agenda que alavanque o desenvolvimento sustentável, a economia de baixo carbono, o combate ao desmatamento e às mudanças climáticas, entre tantos assuntos de uma pauta cada vez mais ampla e transversal. Desta vez, no entanto, nosso movimento vem a público em apoio a uma bandeira sem a qual nenhuma das demais é possível: a defesa da democracia.
Nos últimos 37 anos, o Brasil dedicou-se a edificar um regime cidadão, de instituições sólidas e calcado no respeito à lei e no equilíbrio de direitos e deveres. Em seu alicerce estão eleições limpas, onde se manifesta a vontade popular. É sobre elas que se pavimenta o caminho para um país melhor, mais maduro, melhor conceituado na comunidade internacional, mais apto a liderar o debate e a implementação de agendas urgentes e que provocam mobilização crescente no mundo inteiro, como a da sustentabilidade e das mudanças climáticas.
O futuro que queremos depende do diálogo entre divergentes e do respeito ao resultado das eleições. Este deve ser um ponto pacífico entre todos os atores que se dispõem a representar a sociedade brasileira à frente de um Estado democrático de Direito.
A Coalizão Brasil divulgou recentemente suas propostas aos candidatos para as próximas eleições. Nossas contribuições giram em torno de três eixos: o combate ao desmatamento e à perda de recursos naturais; a produção de alimentos e o combate à fome; e a geração de emprego e renda. E ressaltamos que o processo eleitoral é inquestionável e imprescindível para toda e qualquer discussão que vise à prosperidade do país.
Sem democracia não há desenvolvimento e sustentabilidade. Sem sustentabilidade não há futuro possível".
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