Líder Jader Marubo do Vale do Javari depõe no Senado Federal 15.07.2022
Reprodução Tv Senado 14.07.2022
Líder Jader Marubo do Vale do Javari depõe no Senado Federal 15.07.2022

Beatriz Barros, viúva do indigenista Bruno Pereira, assassinado no Vale do Javari, e o líder indígena Jader Marubo, participaram nesta quinta-feira 14 de julho, da reunião da Comissão Temporária sobre a Criminalidade na Região  (CTCR) no Senado Federal. 

Marubo, que é ex-coordenador da Organização dos Povos do Vale do Javari, denunciou o clima de violência, tensão e medo, que toda comunidade indígena convive na região do Vale do Javari.

Mesmo antes do assassinato, as lideranças haviam denunciado as atividades de pessoas não autorizadas nas terras indígenas. A FUNAI , porém, não prestou suporte para aumentar a segurança dos povos que vivem nas Terras Indígenas. 

O líder indígena disse ainda que Bruno Pereiro era considerado por ele como um irmão, que caminhou lado a lado compartilhando com os indígenas a necessidade de proteger os direitos dos povos e de preservar os territórios sagrados em sua cultura. 

"O que eu aprendi com Bruno, primeiro é lutar pelo meu território, lutar pelos povos indígenas. Ele me abraçou no momento em que o movimento indígena em nossa região estava muito fraco. Caminhamos de mãos dadas... [emocionado]... e falar do Bruno... [choro]... o Bruno, ele foi meu amigo", desabafa. 

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL) questionou se o governo ou a FUNAI passaram a atender as demandas dos indígenas após o assassinato dos dois profissionais, que investigavam o aumento da criminalidade na região.

"Nada. Como relatei, chegou um contingente da Força Nacional para fazer a segurança da sede e de alguns funcionários da FUNAI e só isso foi feito. Não tivemos a ombridade de nenhum dirigente da FUNAI, de nenhum representante do governo brasileiro falando pelo menos uma palavra", contou.  

A viúva do indigenista Bruno Pereira participou da reunião de forma remota e solicitou que o presidente Jair Bolsonaro (PL), o vice Hamilton Mourão e os dirigentes da FUNAI, se retratem das declarações 'indígnas e absurdas sobre o trabalho de Bruno Pereira'.  

"O trabalho de proteger a terra, de defender a terra, tem sido cada vez menos respeitado. Enquanto o mundo reconhece o valor e a importância de cuidar desses povos indígenas, nosso país reconhece cada vez menos e pelo contrário, criminaliza esse trabalho", disse Beatriz Barros. 

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