Em ato marcado pela homenagem a Marcelo Arruda, assassinado por um bolsonarista, o pré-candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva , disse que Jair Bolsonaro tenta fazer da campanha “uma guerra” e quer colocar medo na sociedade brasileira. Em Brasília, em ato público, Lula disse que Bolsonaro é “desumano” e nunca “derramou uma lágrima” pelas quase 700 mil vítimas da Covid.
Antes de falar à plateia, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, pediu um minuto de silêncio pelo ex-tesoureiro petista do Paraná, morto a tiros no último sábado, durante sua festa de aniversário.
“Estão tentando fazer das campanhas eleitorais uma guerra e estão tentando colocar medo na sociedade brasileira”, discursou Lula.
Durante o evento, Lula diz que disputa eleições desde 1982 e que nunca presenciou um caso de violência política. Ele elencou as recentes tentativas de ataque, como o artefato explosivo jogado sobre a multidão na Cinelândia, no Rio de Janeiro. “Não tem na história nenhum sinal de violência por onde passei.”
Ele se referiu à ligação que Bolsonaro fez à família de Marcelo Arruda, em que demonstrou solidariedade e alegou não ter responsabilidade sobre o crime.
“Se Bolsonaro quiser visitar as pessoas pelos quais ele é responsável pela morte, ele vai ter que ter muita viagem, porque não chorou uma lágrima pelas 700 mil vítimas da covid. E nunca se preocupou em visitar nenhuma criança órfã e nunca visitou uma viúva que perdeu o marido.”
Lula disse ainda que Bolsonaro “se afastou do planeta Terra” e orbita em planeta no qual a humanidade não existe. Segundo ele, neste local, só existe “ódio”.
“É uma pessoa desumana, uma pessoa do mal, não pensa o bem sobre ninguém, a não ser sobre si próprio. Não tem compaixão pelas pessoas que dormem na rua, pelas pessoas desempregados”, disse Lula.
Lula também criticou o fato de Bolsonaro atacar o processo eleitoral e questionar a lisura do pleito.
“Essa figura foi eleita por 28 anos como deputado pela urna. Ganhou eleições pela urna e agora resolveu colocar em dúvida. Não é por que ele desconfia que a urna não é honesta; é porque ele desconfia que o povo brasileiro não é bobo e não vai mais votar nele.”
Em meio à escalada da violência política, Lula orientou a militância a não revidar ou responder provocações. Também recomendou que as pessoas participem de reuniões com um livro na mão, como forma de resposta a um presidente que incentiva o armamento.
“A nossa arma é a nossa tranquilidade, o amor que temos dentro de nós. Nossa arma é a sede que temos de melhorar a vida do povo brasileiro. Não temos que aceitar provocação.”
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