'Mendigos têm o dever cívico de passar fome', diz pastor armamentista nas redes sociais
Reprodução/O Globo - 4.5.2022
'Mendigos têm o dever cívico de passar fome', diz pastor armamentista nas redes sociais

O pastor Marcos Granconato publicou em uma rede social um post defendendo que “mendigos têm o dever cívico de passar fome”, supostamente baseado em um texto bíblico (em referência ao versículo 10, do capítulo 3, do livro 2 Tessalonicenses). Líder da Igreja Batista Redenção de São Paulo, ele é ativo nas plataformas digitais, principalmente em sua conta no Facebook, na qual publica vídeos de suas pregações.

Muito ativo nas redes sociais, o pastor também costuma fazer publicações com teor armamentista. Em uma delas, ele publicou uma imagem de um alvo com aparentes perfurações de tiro, seguida da legenda: “Preciso ajustar a mira”. Nesta segunda, o pastor afirmou, em um post, que, “se alguém derramar o sangue do homem [...] pelo homem se derramará o seu”, novamente usando como referência outro texto bíblico.

Após ser questionado por uma série de seguidores, devido ao teor da publicação — que teve mais de 230 comentários —, o pastor limitou as pessoas que poderiam comentar. Publicações com esse teor são recorrentes na conta de Granconato, que tem 4.999 amigos e mais de 20 mil seguidores no Facebook. No Instagram, o pastor tem outros 32 mil seguidores.

Em outra publicação, ele diz que, em “países comunistas, o Evangelho é perseguido, massacrado e silenciado”, enquanto que em “países capitalistas, o Evangelho é livre para buscar seus santos ideais”. Em postagem também recente, o pastor também publicou uma charge sobre a compra do Twitter pelo bilionário Elon Musk, afirmando que “agora os dois lados vão poder falar”.

A publicação também teve os comentários restritos após posicionamentos divergentes de amigos e seguidores. Na mesma rede social, o pastor fez uma publicação com uma arma calibre 12, seguida da legenda “cajado moderno”.

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Granconato chegou à liderança da congregação, localizada em São Paulo, em 25 de janeiro de 1997, para substituir o pastor Agostinho Soler. Segundo sua própria descrição no site da igreja, ele se considera um “um pastor liberal”, tipo de líder que “geralmente, não aceitam [...] o relato da Queda, a narrativa do dilúvio universal, os eventos do Êxodo, os milagres de Jesus, a historicidade da ressurreição de Cristo ou o ensino sobre as penas eternas”.

Procurado pela reportagem, Granconato não retornou ao contato.


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