Saul Klein
Reprodução TV
Saul Klein

A Polícia Civil de São Paulo indiciou e pediu a prisão preventiva do empresário Saul Klein, nesta quinta-feira (28), por crimes sexuais contra 14 mulheres. Outras 12 pessoas suspeitas de envolvimento nos crimes também foram indiciadas . A informação foi antecipada pelo UOL e confirmada pelo GLOBO.

Segundo a polícia, Klein foi indiciado por nove crimes: organização criminosa, redução à condição análoga à escravidão, tráfico de pessoas, estupro , estupro de vulnerável, casa de prostituição, favorecimento à prostituição ou qualquer tipo de exploração sexual, favorecimento à prostituição ou qualquer tipo de exploração sexual de criança, ou de adolescente, ou de vulnerável, falsificação de documento público.

No relatório final, ao que o GLOBO teve acesso, Priscila Camargo, delegada da Mulher de Barueri, ressalta que foram reconhecidos quatro núcleos da organização criminosa: aliciamento e seleção; falsificação de documentos; segurança e logística interna; médico. Segundo o documento, Klein atuava na coordenação dos grupos. O relatório diz ainda que o inquérito tramita por mais de 15 meses e ainda há um "rol extenso de pessoas a serem indiciadas". Segundo as vítimas, o filho do fundador das Casas Bahia criou um esquema de aliciamento de jovens, que ocorria por meio de uma marca de biquíni, que contratava modelos para irem até Barueri para uma suposta entrevista de trabalho. Ali já aconteciam os primeiros abusos.

Em nota, o advogado André Boiani e Azevedo, que atua na defesa de Klein, reafirmou que o cliente "nunca cometeu crime algum". Disse ainda que o "indiciamento e o pedido de prisão são atos discricionários da autoridade policial, que não vinculam os demais atores processuais". "Tanto Saul Klein quanto sua Defesa Técnica respeitam o posicionamento da Delegada Titular da Delegacia de Defesa da Mulher de Barueri, mas entendem que a análise atenta e isenta dos elementos colhidos na investigação levará o Ministério Público e o Judiciário a concluírem por sua inocência", escreveu. Em entrevistas anteriores, Azevedo negou as acusações contra o cliente e afirmou que as relações com essas mulheres foram consensuais.

O caso está em segredo de Justiça e vai agora para análise do Ministério Público (MP). Se o MP apresentar uma denúncia e a Justiça aceitar, Klein se tornará réu.

Denúncias

Em setembro de 2020, 14 jovens procuraram a promotora de Justiça Gabriela Manssur para denunciar Klein por estupro, lesão corporal e transmissão de doenças venéreas, entre outros crimes.

Depois de coletar os depoimentos, Gabriela encaminhou as vítimas ao projeto Justiceiras, criado por ela e liderado pela advogada Luciana Terra Villar. As mulheres receberam acolhimento psicológico e orientação jurídica e suas denúncias foram encaminhadas para a Delegacia de Defesa da Mulher de Barueri.

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Gabriela lembra que, em decorrência da pandemia, todos os depoimentos foram colhidos por teleconferência e que a equipe enfrentou diversos obstáculos até que as vítimas ganhassem credibilidade.

"Fiquei super feliz com esse desfecho, com a promoção da Justiça, porque já estava meio desacreditada. Isso serve para a sociedade entender que a Justiça funciona, que o MP fez seu trabalho" comemora.

Luciana ressalta que a investigação não ocorreu conforme esperado, houve a troca de quatro delegados e que as vítimas acabaram julgadas.

"As vítimas estavam sendo julgadas e o Saul saindo como inocente. A defesa dele colocou a tese do suggar dady, como se fosse uma parceria entre as partes. Mas o que ocorreu foi que elas foram ludibriadas, enganadas e introduzidas no sistema de prostituição" diz.

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