A ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff
Reprodução/Twitter @dilmabr
A ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff

ex-presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou que no processo de impeachment que aconteceu, em 31 de agosto de 2016, foi utilizada uma "escancarada misoginia" para que ela fosse deposta do cargo. Dilma falou que "levou um golpe" porque "representava um projeto" de inclusão social no Brasil e não acha que foi deposta por ser mulher, mas que usaram "profundamente" da condição dela como mulher para retira-la da Presidência. 

Dilma participou do podcast “Mano a Mano”, apresentado pelo cantor Mano Brown, nesta quinta-feira (28).

No decorrer das perguntas, Dilma informou adorar "falar de pedalada fiscal". De acordo com ela, "havia uma certa dificuldade" para acusá-la "de corrupção ou de alguma coisa" quando era presidente. A petista afirmou estar "gastando muito" com programas sociais e educação.

"Primeiro o Tribunal de Contas questiona coisas que não tinha questionado em nenhum governo anterior", disse. Existiu um "uso político das acusações" para "desestabilizar o governo" ao "criminalizar o exercício do Orçamento", segundo ela.

"Produziram um impeachment por algo que nunca tinha sido diferente em gestões anteriores."

Ela citou a decisão do fim de março em que a 7ª Turma Especializada do TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região) extinguiu o processo contra ela, sem resolução do mérito, por danos financeiros causados pelas pedaladas fiscais.

"Eu cansei de escutar ministro do Supremo, o próprio [ex-presidente Michel] Temer dizendo que não foi bem pedalada fiscal, [o impeachment] foi porque eu não tinha apoio político" , afirmou Dilma. "Só que não ter apoio político no Brasil não é razão para impeachment no Brasil."

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RACISMO, EDUCAÇÃO E QUESTÕES SOCIAIS

Desde o início da entrevista, Dilma afirmou sempre ter sido movida por "questões sociais, raciais e de mulheres, que estão intimamente ligadas". A petista citou que a maioria do Brasil é negra no decorrer da conversa e disse ser a favor do sistema de cotas. De acordo com ela a dificuldade no acesso à educação interessa "a elite ignorante, com uma tradição absolutamente escravocrata".

Dilma declarou que é extremamente importante falar sobre racismo por uma questão de reparação histórica. "Um pobre branco no Brasil é tão lascado quanto um pobre negro", disse, acrescentando que "a lascação" do negro é pior por conta da cor de sua pele.

PANDEMIA

Durante a entrevista, Dilma citou o fim da parceria com Cuba no programa Mais Médicos, que trouxe médicos cubanos ao Brasil e demonstrou profunda tristeza em relação a pandemia.

"Quando a pandemia chegou no Brasil, a saúde pública estava desarmada", disse a petista..."muitas mortes poderiam ter sido evitadas se a atenção básica não estivesse sido enfraquecida", concluiu.

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