Nesta quarta-feira (13), em café da manhã com pastores evangélicos no Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro (PL) justificou a compra de mais de 35 mil comprimidos de Viagra feita pelas Forças Armadas, afirmando que o número “não é nada”.
De acordo com o presidente, os medicamentos foram comprados para combater casos de hipertensão arterial e doenças reumatológicas.
“Estão apanhando muito de ontem para hoje”, disse Bolsonaro logo no início de seu discurso aos convidados. O mandatário lembrou do histórico de tratamento do medicamento, que também costuma ser usado para tratar disfunção erétil.
“As Forças Armadas compram Viagra para combater a hipertensão arterial e também as doenças reumatológicas” , justificou o chefe do Executivo. Um trecho da fala do presidente foi transmitido pelo deputado e pré-candidato ao governo de Goiás Vitor Hugo (PL).
Sobre o número de comprimidos adquiridos, que ele calculou em uma quantidade maior, de 50 mil comprimidos, afirmou: “Com todo respeito, não é nada a quantidade para o efetivo das três Forças, obviamente, muito mais usado pelos inativos e pensionistas.”
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Em seguida, Bolsonaro fez críticas à cobertura da imprensa e citou o caso do leite condensado, revelado pelo jornal Metrópoles no início de 2021. “Então, a gente apanha todo dia de uma imprensa que tem muita má-fé e ignorância, não procura saber por que comprou os seus 50 mil comprimidos de Viagra. Mas faz parte.”
O evento com representantes das Assembleias de Deus não constava na agenda oficial do presidente da República. Também estavam presentes ministros, parlamentares evangélicos, a ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos Damares Alves e a primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Esta é parte das agendas do presidente em direção ao eleitorado evangélico. A ofensiva foi intensificada após declarações sobre o aborto que fez o ex-presidente Lula (PT), principal concorrente de Bolsonaro nas eleições deste ano.
Na semana passada, Lula defendeu a descriminalização do aborto no país e disse que o tema deveria ser tratado como uma questão de saúde pública, e não como crime. Após ser alvo de críticas de religiosos e bolsonaristas, o petista ressaltou ser pessoalmente contrário ao aborto, mas enfatizou a defesa de que a questão precisa ser tratada como saúde pública.
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