A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann , enviou ontem uma carta ao presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, reafirmando que o partido não apoia a pré-candidatura de Alessandro Molon ao Senado. No texto, Gleisi reitera a aliança entre as duas legendas pela eleição de Marcelo Freixo (PSB) ao governo do Rio e a intenção de ver o presidente da Assembleia Legislativa (Alerj), o petista André Ceciliano, eleito para o Congresso com apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ela diz que essa composição “é fundamental” para que as siglas sigam caminhando juntos. Enquanto isso, nos bastidores do PSB, cresce o movimento de defesa por uma candidatura independente de Molon ao Senado.
“Conforme tratativas anteriores em relação a composição de aliança no Estado do Rio de Janeiro, venho reiterar que o PT apoiará a candidatura de Marcelo Freixo (PSB) ao governo do Estado, mantendo o entendimento inicial de indicar o candidato ao Senado na chapa, que será o companheiro André Ceciliano. (...) Reitero a importância dessa composição, o que é fundamental para caminharmos juntos no Estado do Rio, rumo à vitória do campo progressista e popular”, diz um trecho do texto de Gleisi endereçado a Siqueira.
Quebra de acordo
Na prática, a manutenção da pré-candidatura de Molon já significa uma quebra do acordo inicial entre os partidos, no qual caberia a Lula a indicação de uma dessas vagas, enquanto o PSB confirmaria o nome do outro candidato. Berço do bolsonarismo, o Rio é visto como um estado simbólico e, por isso, o PT não cogita abrir mão de um candidato em um desses postos. Teria repercutido mal entre os petistas a presença de Molon no evento em que o PSB oficializou Geraldo Alckmin para a vaga de vice na chapa de Lula à Presidência da República, três dias antes da manifestação de Gleisi.
A aliados, o pessebista tem dito que espera convencer Lula de que é o nome mais viável para o Senado — já que aparece melhor colocado nas pesquisas de intenções de votos. Molon acredita que ainda possa manter candidatura única com o arco de alianças em torno de Lula.
Presidente do diretório fluminense do PSB, Molon tem apoio de uma ala do partido para lançar uma candidatura sem o apoio formal de Lula ao Senado, em paralelo à empreitada de Ceciliano.
Integrantes do PSB vêm usando os casos do Piauí — onde por ora o PT ficará com as candidaturas ao Senado e governo — e o Maranhão — onde o PSB escolherá as duas indicações —, como exemplos de acordos para a formação de chapas puro-sangue. A expectativa no entorno de Molon é que no Rio se chegue a um consenso para repetir o arranjo conseguido nos dois estados do nordeste. O GLOBO procurou o presidente nacional da legenda, Carlos Siqueira, que não respondeu aos contatos.
Questionada sobre a possibilidade de o Rio ter duas candidaturas do campo da esquerda ao Senado, no entanto, Gleisi Hoffmann disse não acreditar nessa possibilidade e segue apostando na retirada do nome de Molon do páreo.
"Não acredito que isso aconteça (a candidatura de Molon sem o apoio de Lula). Essa é a chapa da aliança nacional entre PT, PCdoB, PV, Rede, PSOL e o PSB, representada nas candidaturas de Lula para presidente, Marcelo Freixo para governador e André Ceciliano para senador. Essas candidaturas representam a unidade e a diversidade dessa ampla frente democrática no Rio" afirmou a presidente nacional do PT.
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