Flordelis
Cleia Viana/Câmara dos Deputados
Flordelis

A defesa da ex-deputada Flordelis dos Santos de Souza vai entrar com um pedido na próxima semana para que o júri popular da pastora, marcado para 9 de maio, seja transferido de Niterói para o Rio. O advogado Rodrigo Faucz, um dos que defendem a cantora gospel, considera que os dois primeiros julgamentos do caso — nos quais estiveram no banco dos réus quatro filhos de Flordelis — foram focados na ex-parlamentar com o intuito de influenciar sua sentença.

Na manhã desta quarta-feira, um dos filho das ex-deputada Flordelis dos Santos de Souza foi absolvido por envolvimento na morte do pastor Anderson do Carmo e em tentativas de homicídio contra a vítima.

— O que a gente vê é que a estratégia (nos julgamentos) vem sendo baseada em falar sobre a Flordelis apenas. Na inquirição das testemunhas, as perguntas eram todas voltadas para ela, assim como na sustentação oral (do Ministério Público e assistente de acusação). O objetivo é causar um impacto na sociedade de Niterói para o julgamento dela (Flordelis). O júri dela não pode ser aqui (em Niterói) porque não será um júri justo — analisou Faucz.

No julgamento que terminou na manhã desta quarta, o filho Carlos Ubiraci foi absolvido das acusações de homicídio e tentativa de homicídio, mas condenado por associação criminosa armada. Outro filho da deputada, Adriano dos Santos Rodrigues, foi condenado por uso de documento falso e associação criminosa armada por participação na trama de uma carta elaborada para atrapalhar as investigações do caso.

Em novembro, no primeiro julgamento do caso, foram condenados por envolvimento na morte de Anderson Flávio dos Santos Rodrigues e Lucas Cezar dos Santos. Os dois julgamentos foram acompanhados pelos advogados de Flordelis.

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O julgamento de Flordelis foi marcado pela juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3a Vara Criminal de Niterói, para às 9h do dia 9 de maio deste ano, no plenário do Tribunal do Júri de Niterói. Também serão julgados na mesma ocasião três filhos e uma neta da ex-deputada.

O Código de Processo Penal prevê o chamado desaforamento do julgamento, ou seja, sua mudança de local, se houver interesse de ordem pública, dúvida sobre a imparcialidade do júri ou a ameaça à segurança pessoal do acusado.

Caso a transferência ocorra, a juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce não conduzirá o júri, que ficará a cargo de um magistrado que atua em um dos tribunais do júri da capital . A imparcialidade de Nearis no processo também é questionada pela defesa de Flordelis no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

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