O ministro da Justiça, Anderson Torres, concedeu a Medalha do Mérito Indigenista ao presidente Jair Bolsonaro. Torres também deu a medalha para si mesmo e para outros nove ministros do governo federal.
De acordo com a portaria, publicada nesta quarta-feira no Diário Oficial da União (DOU), a medalha é um "reconhecimento pelos serviços relevantes em caráter altruísticos, relacionados com o bem-estar, a proteção e a defesa das comunidades indígenas".
A atuação de Bolsonaro em relação a indígenas tem sido criticada desde a campanha eleitoral, quando ele disse que não demarcaria "nenhum centímetro a mais" de terras indígenas. As críticas se intensificaram depois do início do governo, especialmente durante a pandemia de Covid-19.
No ano passado, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) apresentou uma denúncia ao Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, acusando o presidente de genocídio. Denúncia semelhante já havia sido apresentada pelo cacique caiapó Raoni Metuktire, também ao TPI.
Em janeiro de 2020, Bolsonaro foi critado após afirmar que "cada vez mais, o índio é um ser humano igual a nós".
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A condecoração foi criada em 1972 e pode ser entregue tanto a brasileiros como estrangeiros. A indicação dos homenageados é feita pela Fundação Nacional do Índio (Funai).
Também receberam a Medalha do Mérito Indigenista os ministros Walter Braga Netto (Defesa), Tereza Cristina (Agricultura), Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-Geral), Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura), João Roma (Cidadania), Marcelo Queiroga (Saúde) e Bruno Bianco (Advocacia-Geral da União).
Ainda foram condecorados o presidente da Funai, Marcelo Xavier, os diretores-gerais da Polícia Federal, Márcio Nunes, e da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, o diretor da Força Nacional, Antônio Aginaldo de Oliveira, e os ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes e Jorge Oliveira.