O general Fernando Azevedo e Silva desistiu de ser o novo de diretor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ex-ministro da Defesa, ele passaria a ocupar o cargo na próxima gestão da Corte, que tem início em 22 de fevereiro, quando o ministro Edson Fachin assumirá a presidência do TSE.
Segundo o próprio tribunal, o general comunicou sua decisão a Fachin e ao ministro Alexandre de Moraes, que será o vice-presidente do TSE. Ele alegou "questões pessoais de saúde e familiares". A Corte informou também que o novo nome para ser diretor-geral deverá ser anunciado até sexta-feira (18). Moraes assumirá a presidência do TSE em agosto deste ano e tinha a intenção de manter Azevedo no cargo.
Em 2018, Fernando Azevedo e Silva foi assessor do então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli. Lá, fazia uma ponte entre o STF e os militares. Essa passagem pelo tribunal fez com que ele tivesse bom trânsito entre os ministros. Fachin e Moraes são integrantes tanto do STF como do TSE. No mesmo ano, ele foi escolhido pelo então presidente eleito Jair Bolsonaro para ser o ministro da Defesa a partir de 2019.
A relação entre Bolsonaro e Azevedo se desgastou e, em março de 2021, o presidente demitiu seu ministro. Na nota divulgada após sua saída da Defesa, Azevedo disse tinha "certeza da missão cumprida" e destacou que preservou as Forças Armadas como "instituição de Estado", numa alfinetada ao uso político delas por Bolsonaro. O presidente insistia em ter os comandos das Forças Armadas mais alinhados. O então ministro resistia em fazer as substituições e acabou demitido.
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Cabe ao diretor-geral do TSE atuar como administrador do tribunal. A ele respondem secretarias de Gestão de Pessoas, de Planejamento, Orçamento e Contabilidade, e da Tecnologia da Informação, que entre outras funções é responsável por fiscalizar o funcionamento e a segurança das urnas eletrônicas.
Em transmissão ao vivo em dezembro do ano passado, Azevedo disse que viu o convite para o cargo como um desafio, e que nunca havia negado uma missão. Na época, afirmou também que ficou lisonjeado com o convite “feito a várias mãos”, o que deu um “sentido de credibilidade” à sua imagem.
"Eu sempre gostei de funções ligadas a instituições de Estado, como o ministro da Defesa. Eu representava as três forças que são instituições de Estado. Eu acho que as eleições, a Justiça, o TSE também representam o Estado Brasileiro, não tem política partidária, não tem partido político representado, não tem uma maioria. A missão ali é fazer eleições seguras, precisas e divulgar o resultado com vencedor e vencidos independente de partido, independente de posição ideológica", disse o general em dezembro.