Sérgio Camargo
Reprodução/redes sociais
Sérgio Camargo

A Fundação Palmares, presidida por Sérgio Camargo, voltou a causar polêmica nas redes socias. Dessa vez, Camargo definiu como alvo de suas críticas a rede de academias Bodytech, por conta de uma campanha contra o racismo realizada em novembro do ano passado, no Dia da Consciência Negra.

No post, a empresa abordava a questão do racismo estrutural e afirmava que "todos os brancos são racistas". A peça, meses depois, gerou reação por parte de bolsonaristas, até que foi apagada. Nesta terça-feira (8), a entidade federal emitiu uma nota de repúdio, onde considera que houve preconceito contra pessoas brancas.

"A Fundação Cultural Palmares repudia e lamenta profundamente a campanha racista que está circulando nas redes sociais, a qual visa dividir os brasileiros e fomentar o ódio racial. Racismo é racismo, não importa a cor de quem está incentivando essa prática abominável", diz o comunicado da Fundação, que foi compartilhado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL) e pelo próprio presidente do órgão.

O texto causou reação por parte de vários internautas que ironizaram a nota de repúdio como "racismo reverso", conceito que é condenado por estudiosos e militantes da causa preta.

Sérgio Camargo foi além. Em suas redes sociais, afirmou que "o povo preto não existe", assim como o racismo estrutural, e atribuiu a luta antirracista a militantes políticos de esquerda.

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"Não existe esse tal de "povo preto" de que tanto falam os afromimizentos. Só existe o povo brasileiro. Experimentem falar de "povo branco" e vejam o que acontece", escreveu. "A África é um continente de países miseráveis, onde a maioria da população vive abaixo da linha da pobreza. A culpa é do "racismo estrutural" ou deles mesmos?".

A rede de academias Bodytech, que apagou a publicação, também reagiu às críticas feitas por Sérgio Camargo. A empresa afirmou que o post foi usado "fora de contexto" e que traz uma interpretação equivocada da mensagem de que a luta antirracista é de todos e lamentou que isso tenha acontecido, sobretudo tanto tempo depois da publicação.

"A imagem é parte de uma sequência de um mesmo post que, isoladamente e fora do contexto, traz uma interpretação equivocada de uma mensagem muito clara: 'A luta antirracista é de todo mundo'. O post em questão sintetizava uma ação no mês da consciência negra", diz o comunicado.

"É lamentável que, após 2 meses do post original, tenha sido criada uma interpretação errada sobre os valores da empresa, distorcendo a mensagem. E tenha colocado em dúvida o posicionamento correto da companhia, seus acionistas, administradores e funcionários. A Bodytech é contra qualquer tipo de discriminação e, nos últimos anos, tem atuado na capacitação e conscientização quanto a importância da diversidade, equidade e inclusão".

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