A Polícia Civil de Minas Gerais pediu para a Justiça mais prazo para concluir o inquérito que investiga responsabilidade pela queda de uma rocha sobre uma lancha que levava turistas nos cânions do Lago de Furnas, no município de Capitólio. Dez pessoas morreram. Segundo o delegado Marcos Pimenta, responsável pela apuração, será preciso mais 15 dias para encerrar os trabalhos.
Até o momento, diz ele, 50 pessoas foram ouvidas, entre testemunhas, turistas, profissionais do turismo, representantes do poder executivo e engenheiros. O laudo geológico está em fase final de conclusão e será incluído no procedimento de investigação.
A rocha se desprendeu no dia 8 de janeiro e atingiu a lancha Jesus, que levava turistas. Outros pilotos de lancha tentaram avisar, mas não conseguiram.
Os mortos estavam hospedados em São José da Barra (MG) e eram familiares e amigos uns dos outros. O dono da pousada era proprietário da lancha e também parente das vítimas. O piloto da lancha, Rodrigo Alves dos Anjos, 40 anos, um dos mortos no acidente, era funcionário dele.
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O deslizamento da rocha ocorreu por volta de 12h30 do dia 8 de janeiro, um sábado. Quatro embarcações foram atingidas, segundo os bombeiros. Trinta e duas pessoas tiveram ferimentos leves.
Júlio Lana, pesquisador do Serviço Geológico do Brasil, explicou que o desprendimento de blocos de rocha não é incomum. Já ocorreu duas vezes no Espirito Santo, por exemplo, em Vila Velha, e no município de Pancas, em 2016.
Em Capitólio, segundo ele, a escarpa é um quartzito, formado por grãos de areia de quartzo. Quando elas apresentam fraturas, ocorre o desprendimento de blocos. A fratura e o risco seriam facilmente identificáveis se fossem avaliados por engenheiro ou geólogo.